Maringá precisa cuidar mais de sua memória
Por muito tempo a sede do escritório da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná ficou conhecida como se vê acima, na esquina das avenidas Duque de Caxias com Joubert de Carvalho. Dentro, móveis e equipamentos antigos davam ideia de como foi o início da colonização da chamada melhor cidade do Brasil para se viver – um slogan que, acima de tudo, dá dinheiro.
O prédio, depois de muita encrenca (houve até tentativa de destombamento), foi tombado como patrimônio histórico mas ficou assim, como se vê abaixo. No meio de placas, fachada e bregueços que lhe tiram características históricas, há uma placa de bronze de quando Joubert de Carvalho, compositor da música que deu nome à cidade, veio para inaugurar a “sua” rua que antes se chamava Bandeirantes. Assim como a efígie de Gastão Vidigal no abandonado antigo aeroporto, é questão de tempo para a placa sumir.
A condescendência do poder público com parte voraz do privado fez com que não existe mais referência histórica. Não há preocupação em modernizar, desconfigurar e alterar; manter e preservar está fora de cogitação. Há um prédio, alterado e pichado, que não lembra o mesmo que ali foram vendidos os primeiros lotes da cidade. Com um detalhe que o poder público também pode alegar desconhecer (é a desculpa mais comum, aliás): nenhum comprador que atrasou o pagamento de seus lotes foi executado ou perdeu a compra; a CMNP sempre dava um jeito.
Abaixo, a sede quando foi inaugurada, quando a CMNP se chamava Companhia de Terras Norte do Paraná.
(Fotos: Museu da Bacia do Paraná/Jorge Villalobos/PMM)