A sonolência mórbida do sistema
Tire o cavalo da chuva quem acha que interessa ao sistema investigar se houve ou não financiamento ilegal das campanhas do prefeito Silvio Barros II (PP), como leva-se a crer pelas declarações da pessoa que agrediu o casal na Zona 4. Em 2006 a Polícia Federal tinha em mãos grampos telefônicos e informações de que o então deputado federal Ricardo Barros havia recebido R$ 400 mil (doados por um ex-vice-prefeito de Cianorte, empresário do setor de combustível) para permitir fraude milionária no INSS local, que culminou na prisão de 21 bagrinhos via Operação Campo Fértil. Embora ele apareça no organograma feito pela PF, o inquérito não reproduz nenhuma das conversas envolvendo o ex-parlamentar, que meses depois ganhou como prêmio a vice-liderança do presidente Lula. Barros não foi indiciado pela Justiça Federal nem o Ministério Público Eleitoral se interessou em apurar o uso de dinheiro não declarado à campanha.
Outra demonstração de desinteresse do sistema foi a letargia à revelação neste blog, de que o hoje secretário de Indústria e Comércio de Beto Richa desembolsou R$ 2 milhões como pagamento da primeira parcela da compra de uma área de terras nas proximidades do Contorno Norte para loteamento, embora meses antes tenha declarado à Justiça Eleitoral ter bens totais no valor de R$ 1.921.118,59.