‘Paolicchi contesta Jairo Gianoto’

Confira trecho de reportagem publicado 22 anos atrás na Folha de Londrina
De Marta Medeiros, na Folha de Londrina, em 6 de fevereiro de 2002, 8.372 dias atrás:
O ex-secretário de Fazenda de Maringá Luiz Antônio Paolicchi tentou demonstrar ontem, durante interrogatório na Justiça Federal, que era apenas um funcionário “obediente” e negou que mantinha uma relação de amizade com o ex-prefeito Jairo Gianoto. Paolicchi refutou todas as declarações do ex-prefeito dadas anteontem para a Justiça Federal. Segundo o ex-secretário, Gianoto tinha plena consciência de que todo o dinheiro desviado – cerca de R$ 1,8 milhão – era do cofre da Prefeitura de Maringá.
Paolicchi disse ao juiz da Vara Criminal, Edvaldo Mendes da Silva, que era o ex-prefeito quem determinava os desvios para o pagamento de contas pessoais e de negócios agrícolas para equipar e manter a fazenda dele em Nova Mutum (MT). Segundo o ex-secretário, a compra de uma fazenda vizinha à do ex-prefeito foi coincidência, e não uma ponte de negócios em conjunto com Gianoto. “Ele (Gianoto) dizia que iria repor tudo, mas não estava repondo, por isso pedi o afastamento em meados de 2000. Sabia que tudo isso iria estourar na minha mão, como de fato estourou”, afirmou.
O ex-secretário contou que os desvios eram feitos a partir da emissão de cheques do município nominais à própria prefeitura. Este procedimento garantia o saque de contas municipais sem contrapartida na contabilidade. Paolicchi afirmou ainda que não fazia empréstimos para cobrir conta pessoal de Gianoto e que chegou apenas a emprestar, no início do mandato, valores “ínfimos”, de R$ 2 mil e R$ 5 mil.
Paolicchi chegou a clamar por “justiça” durante o interrogatório. “Enquanto estou detido, ele (Gianoto) está solto forjando documentos”, disse. O ex-secretário se referiu a documentos apresentados pelo ex-prefeito em defesa prévia no processo para demonstrar a relação de negócios com Paolicchi. “Os documentos são uma tentativa de enganar a Justiça”. Leia mais.