A volta dos que já foram (e deveriam ficar por lá)
Protagonismo só se cria com trabalho bem-feito, e não com chororô tardio ou ataques encomendados
Em uma pacata cidade do Paraná, um ex-secretário resolveu ressuscitar das cinzas usando um blog que mais parece diário de recados de seu padrinho, um certo político, ou seria patrão? O fato é que o tal blog, conhecido por suas parciais escancaradas, está apontando o dedo para a nova gestão como se o próprio autor não tivesse assistido a cidade afundar enquanto a antiga administração, à qual ele servia fielmente, fazia pose de salvadora.
A ironia é irresistível: agora, com a Inês devidamente morta, surgem as viúvas do poder para lamentar a bagunça que deixaram. Saúde? Caótica. Educação? Nem vamos começar. Asfalto? É um convite para comprar um jipe. Mato? Virou o novo cartão-postal. E tudo isso, pasmem, é reflexo direto da falta de competência de quem hoje quer dar lição de moral.
Mas vamos combinar, leitor: se o ex-secretário e sua turma fossem mesmo tão bons teriam feito o sucessor, não é? A verdade nua e crua é que protagonismo só se cria com trabalho bem-feito, e não com chororô tardio ou ataques encomendados.
Enquanto isso, a nova gestão tem o desafio de limpar não só as ruas tomadas pelo mato, mas também a poeira do passado. Só que, convenhamos, reconstruir o que já foi destruído dá trabalho. Para quem foi embora, talvez o melhor conselho seja: volte para onde veio, porque aqui o palco já tem novos protagonistas.
Da sua caçadora de demagogos, Madame Savage.