Algo em comum

O que liga o Hospital Ruth Cardoso, de Balneário Camboriú, onde houve protesto hoje, e Maringá?

Um casal que perdeu o filho de 9 meses no Hospital Ruth Cardoso interrompeu hoje a cerimônia de transferência simbólica “da gestão do açougue travestido de hospital”, em Balneário Camboriú, da gestão municipal para o Estado. Foi durante anos o único hospital municipal atendendo em balneário, e agora a gestão passou para o estado (confira ao final).

Os políticos presentes ao “evento” do governador Jorginho Mello, não esperavam o protesto familiar: foram confrontados. Há algo com o Hospital Municipal da Criança de Maringá, prometido para funcionar em 2018 e que somente agora tem uma promessa de atendimento oncológico: a Organização Mundial da Saúde, ONG sediada em Curitiba e à qual a família Barros é ligada: Ricardo Barros (PP) era ministro da Saúde de Michel Temer quando autorizou o repasse de milhões, sua esposa Cida Borghetti tornou-se governadora meses depois e hoje é embaixadora da entidade e os créditos foram para a deputada estadual Maria Victória.

No final de 2017 o então prefeito de Maringá foi convidado a ir a Curitiba, onde encontrou tudo pronto: a concessão de área da União e a promessa de recursos, tudo através dos Barros. Garantiu o contrato entre município, ONG e APMFI (ambas ligadas) a falta de algum advogado da Procuradoria-Geral do Município ir ao Google e digitar o nome da OMF (ou WMF). Encontraria ali que já existiam problemas em todos os hospitais que tinham a digital da entidade. Ao longo dos anos o hospital custou caro ao município e ao estado, que o socorreu com recursos várias vezes.

PS – Em Santa Catarina o hospital viabilizado pela ONG foi inaugurado em 2008, mas só começou a funcionar em 2011.

Foto: Prefeitura de BC/Divulgação