Um bate-papo com JC Cecílio
Um dos mais conhecidos pesquisadores da história da Cidade Canção fala sobre seu trabalho e aspectos importantes da cultura maringaense. É o primeiro episódio do Rigon Cast desta temporada.
Um dos mais conhecidos pesquisadores da história da Cidade Canção fala sobre seu trabalho e aspectos importantes da cultura maringaense. É o primeiro episódio do Rigon Cast desta temporada.
Registros do eclipse solar anular, feitos pelo pesquisador maringaense JC Cecílio ontem à tarde. Ele integrou a equipe do professor Marcos Calil, que foi a Juazeiro do Norte (CE).
Em São Paulo, o maringaense JC Cecílio aproveita o tempo para catologar seu acervo físico sobre a cidade. Livros e revistas já passaram de 300. Acima uma rara foto aérea de seu acervo, mostrando a construção da Codemar (hoje, Sanepar), inclusive a conhecida ‘caixa d´água”.
O historiador JC Cecílio é capa da edição de hoje de O Diário, por conta de seu amor a Maringá. Continue lendo ›
O historiador JC Cecílio (dir., acima com Kaltoé) dá um tempo em São Paulo e passa uns dias em Maringá. Continue lendo ›
De JC Cecílio:
Em minha visita a Maringá, deixei como doação um kit de amostras de grãos reais, naturais de café. Pasme! amostra da safra de 1952/1953. Em estojo adquirido nos EUA. Mais uma de uma série de itens que sempre que posso, colaboro com o melhor museu da cidade, o “Acervo Cocamar” sob a direção de Reynaldo Costa. Um dos itens contém aproximadamente 100g de grãos de café do Norte do Paraná da mesma época. “Quase jurássico!” (risos) – Com mais de sessenta anos, estou tentando cultivar algumas sementes, porém sem muita esperança de germinação, mas, quem sabe… Aqui.
Fuçando e pesquisando para seu blog, JC Cecílio achou o anúncio acima, quase profético: uma propaganda da companhia aérea paquistanesa PIA, que mostrava a sombra de um avião sobre as torres gêmeas, publicada na revista francesa Le Point de 19 de marçde 1979. Abaixo, o produto de sua garimpagem sobre os anúncios da CTNP publicados no Estadão. Clique para ampliar.
Voltando a comentar sobre a história do norte do Paraná, JC Cecílio apresenta em seu blog o “Pavão” N° 53 da “Empreza Rodoviária Garcia & Garcia Ltda.” , hoje Viação Garcia. Fabricado pela GMC, em 1942, o colorido ônibus fazia os percursos Londrina-Maringá e Londrina-Paranavaí, com a distância de 207 quilômetros, levando 16 horas, nos idos dos anos 1940. O ônibus era movido a gasogênio – eram os tempos da Segunda Guerra, quando a gasolina estava racionada. Leia mais.
Perto das 10h um imbecil começou a retirar os cartazes, faixas e flores do alambrado da arena dos horrores e a jogá-los ao chão, com uma atitude de muita raiva, e ainda nem recolhendo a um recipiente de lixo.
Observe alguns trabalhadores sem o mínimo de proteção, fumando sobre tratores e botijões de gás de solda. Havia muitos palpiteiros sem capacetes.
Os cartazes da manifestação ainda estavam no alambrado, havia apenas o vigia no local, afixei o meu, pois na sexta eu não pude estar lá. Cheguei de viagem e fui logo ver aquela aberração da administração. Charlatã.
Lá pelas 8h um miniexército de homens com e sem trajes apropriados chegaram com suas temíveis maquinas de construir, mas agora para destruir a memória de um povo heróico.
JC Cecílio enviou a seguinte sugestão [antes de saber da suspensão da demolição] ao vereador Humbero Henrique (PT): “Como admirador de teu trabalho junto a comunidade de Maringá, quero opinar para um projeto de resgate com o mínimo de impacto, depois desta nossa perda irreparável, por motivos até então desconhecidos e atropelados. Sugiro a dos arcos da antiga Rodoviária – imagino que seja reproduzido na mesma escala, cor e formato, na praça Raposo Tavares, o mais próximo possível da rua Joubert de Carvalho, na mesma direção dos originais, com isso a harmonia estaria preservada, mesmo que parcialmente no centro da cidade-canção. Tentarei enviar um esboço em breve para a preciação da idéia apresentada. Um abraço. José Carlos Cecilio – Cidadão maringaense (50 anos), contribuinte e investidor nesta cidade”.
É dele a foto acima, que mostra uma das laterais do prédio histórico, destruída pelo prefeito Silvio Barros II, e que parecem escombros de guerra.
Recebi de JC Cecílio:
Tentei nestes últimos 3 anos divulgar e compartilhar a história desta cidade, ainda que meio distante dela, tenho quase toda minha família residindo ai, e vou com alguma frequência. Mesmo longe, estou sempre antenado nos blogs e jornais regionais, principalmente no teu site e antigo blog. Criei meu blog para poder compartilhar as coisas que curto e para as causas que luto, sem partidarismos. Mas confesso que vou dar um tempo, pois de nada adianta mostrar imagens e contar história e estórias de uma cidade que a maioria não dá a mínima. A memória de uma cidade não é um álbum de figurinhas, quem leva a história a sério, deve lutá-la para mante-la viva e de pé, e não sei se continuo com este vírus que contrai, contaminado pela história de nossos antepassados. O crime cometido neste mês, em pleno aniversário, foi de arrasar. Veja o que ouvi dizer, imagina, que a demolição se deu porque o Rigon não estava na cidade para impedir a destruição.
[Óbvio que foi um exagero do JC Cecílio, mas sua revolta não é diferente da minha, apesar de estar temporariamente distante de Maringá. Leiam mais do que ele escreveu aqui e aqui. A foto é da antiga estação ferroviária, nos anos 60, derrubada nos anos 90 pelo irmão mais novo do atual prefeito, que não quer saber de preservar a história da cidade]
Foto de 1972, publicada na revista Maringá Ilustrada, mostra o ex-prefeito Adriano Valente no Parque do Ingá, que criou. Está no blog de JC Cecílio, que também lhe prestou pequena homenagem.
Em São Paulo. Foto de JC Cecílio.
Em São Paulo. Foto de de JC Cecílio.
Foto de JC Cecílio.
JC Cecílio, o maior pesquisador da história da cidade, está de volta a Maringá. Passará uma semana aqui.
Avenida Brasil, Maringá Velho, anos 1950. Foto P&B e colorizada, do acervo de JC Cecílio. Percebam os detalhes do rapa-pé e do ladrilho. Em novembro o Maringá Velho completa 83 anos.
Londrina, 1954, auge do ciclo do café. Vê-se um carro da polícia e, atrás, um da reportagem da Folha de Londrina. Do acervo de JC Cecílio.
A capital federal, que fez 65 anos dia 21, em foto de JC Cecílio feita em 2010.
Ginásio Maringá (atual Marista) em 1953. Do acervo de JC Cecílio.
JC Cecílio ao lado do ator Othon Bastos, que aos 91 anos apresenta com sucesso duras horas de monólogo em “Não me entrego, não!”. O maringaense conferiu no Teatro Raul Cortês (Sesc 14 Bis), em São Paulo.
Do acervo de JC Cecílio um chaveiro personalizado com o nome do empresário Yoshiaki Oshiro, um dos fundadores da Câmara do Comércio e Indústria Brasil-Japão e responsável por trazer empresas japonesas para o país. Ele faleceu em Curitiba em 2023, aos 81 anos, e foi secretário municipal em Maringá antes de se tornar presidente das Centrais de Abastecimento (Ceasa) na gestão Ney Braga. O mimo foi quando Maringá sediou temporariamente o governo paranaense.