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Crônica

Um pouco mais de paciência

De José Luiz Boromelo:
brigaNessa época atribulada em que as pessoas vivem correndo de um lado para o outro, a falta de paciência é a face mais visível de um novo conceito de vida moderna. No ambiente doméstico casais vivem às turras por deixarem o diálogo e a paciência de lado. Os filhos carecem de paciência para superar a fase quase sempre instável da adolescência. Os namorados brigam por qualquer coisa, por mais ínfima que seja. No trânsito a coisa é pior ainda. Sempre apressados, motoristas, ciclistas e pedestres travam uma batalha diária por um espaço cada vez mais raro em nossas vias públicas, muitas vezes chegando a atitudes extremas sem qualquer justificativa para seus atos. Continue lendo ›

Opinião

De São Paulo a Paris

De José Luiz Boromelo:
aguaEm viagem à capital francesa, uma conhecida apresentadora da televisão brasileira sentiu na pele as contingências da cidade-luz, onde o cidadão se viu impelido a mudar de comportamento para superar as adversidades locais. A hospedagem num dos mais conceituados hotéis europeus proporcionou, além do luxo e do conforto, uma inesquecível aula de cidadania. Eis que no desfrute de um demorado banho, o fornecimento de água foi subitamente interrompido. Sua cota disponível havia se esgotado e o jeito foi improvisar, removendo a espuma das fragrâncias aromáticas parisienses com água mineral. Se no Velho Mundo a coisa funciona como deveria, no Brasil ainda não se chegou a um consenso quando o assunto é a valorização dos recursos naturais. É inaceitável a constatação de que o desperdício de água da estação de tratamento ao consumidor final se aproxime de vergonhosos 40%, por conta de vazamentos e outros problemas nas redes de distribuição. Em Tóquio essa perda é de 7%. Continue lendo ›

Opinião

Goela abaixo

De José Luiz Boromelo:
horário de verãoTeve início no dia 19 desse mês a 39ª edição do horário brasileiro de verão. Originalmente implantada na década de 1930, essa medida polêmica passou a ser adotada sistematicamente a partir de 1985, quando o sistema nacional de energia apresentou sinais de esgotamento. Por conta da interferência arbitrária do Estado no ritmo normal de vida do cidadão, todo ano os brasileiros (essa edição abrange 10 estados e o Distrito Federal) são chamados compulsoriamente a alterar os hábitos cotidianos, girando para frente (a contragosto) os ponteiros do relógio. O decreto governamental não tem o poder de convencer, muito menos de cotizar a população para a economia de energia elétrica, supostamente um instrumento eficiente para evitar a sobrecarga no consumo nos horários de pico, diminuindo assim o risco dos indesejáveis apagões ocorridos num passado recente. Segundo o secretário de energia elétrica do Ministério de Minas e Energia Ildo Grüdtner, a economia prevista nessa temporada é de R$ 278 milhões, com redução esperada de 4,5% na demanda em todo o País no horário de maior consumo.Continue lendo ›

Opinião

Sem sinal

De José Luiz Boromelo:
AnatelDe acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o número de linhas ativas de telefonia celular no País ultrapassou os 277 milhões, com um acréscimo de 1,26 milhão no oitavo mês desse ano. As linhas pré-pagas são maioria (76,73%) e as pós-pagas representam 23,27 do total. A densidade de celulares atingiu a marca de 136,7 para cada grupo de 100 habitantes e a maior densidade está no Distrito Federal, com 218,7 linhas para cada grupo de 100 pessoas. Entre as maiores operadoras no mercado brasileiro se destacam a Vivo na liderança com 28,85% de participação seguida da TIM com 27,05%, da Claro com 25,01% e da Oi com 18,56%, de um total de oito empresas do ramo. Os números superlativos mostram que o Brasil ainda é um mercado promissor, com a expectativa de crescimento em ascendência constante, justificando os volumosos investimentos estrangeiros no setor. Na onda da versatilidade móvel os fabricantes de aparelhos celulares nunca lucraram tanto. Continue lendo ›

Opinião

Compromisso com a democracia

De José Luiz Boromelo:
Urna eletrônicaNo dia 5 de outubro o eleitor tem o maior dos compromissos com a democracia ao eleger seus representantes. É o momento esperado pelo cidadão para externar suas vontades, desejos e expectativas direcionadas àqueles contemplados com uma extraordinária instituição de poder e que determina os rumos dos acontecimentos na vida de uma sociedade. O voto é o inalienável direito e o imprescindível dever cívico que cada um deve exercer com toda a propriedade, alicerçado em convicções pessoais e estratificado durante o período de propaganda eleitoral gratuita. É a oportunidade para analisar quais candidaturas oferecem subsídios razoavelmente suficientes para que o eleitor escolha (com o discernimento necessário) aqueles que haverão de representá-lo pelos próximos quatro anos.Continue lendo ›

Opinião

Imoralidade

De José Luiz Boromelo:
recesso-dentroVolta e meia o contribuinte paranaense toma conhecimento das estripulias de seus representantes no legislativo estadual. A última notícia sobre os nobres deputados vem comprovar o que todos sabem, mas fingem ignorar pela dificuldade natural em se fiscalizar aquela instituição, que originalmente teria como função principal a defesa dos interesses da população. Conforme a assessoria de imprensa da Assembléia Legislativa do Paraná (ALEP), as sessões plenárias serão suspensas a partir do dia 23 de setembro e só retornam após o primeiro turno das eleições. A justificativa oficial para essa iniciativa chega a ser comovente para os ouvidos mais sensíveis: “… para que os candidatos possam dar prioridades às campanhas e também porque não há pautas urgentes para serem votadas”. Complementa a nota que dos 54 deputados, 46 tentam se reeleger e outros quatro são candidatos a deputado federal. Continue lendo ›

Opinião

A invisibilidade da mulher candidata as eleições

De Tania Tait:
TaniaTaitHistórica e estatisticamente, as mulheres eleitas aos cargos políticos, em sua maioria, são oriundas de famílias de políticos e herdam os votos de pais, maridos, irmãos etc. Recentemente, algumas poucas mulheres, originárias de movimentos sociais, têm sido eleitas.
Nas eleições de 2012, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) foram eleitas 657 prefeitas (11,84% do total) e 7.630 vereadoras, que representam apenas 13,32% dos eleitos. Nas eleições de 2010, quando a presidente Dilma Roussef se tornou a primeira mulher a assumir a Presidência do Brasil, apenas duas governadoras foram eleitas, entre os 26 estados brasileiros.
A pouca presença da mulher na política foi, inclusive, ressaltada no relatório de Desenvolvimento Humano de 2014 das Nações Unidas, no qual o Brasil ocupa 85º lugar no item Desigualdade de Gênero, dentre 149 países analisados. Ou seja, apesar de sermos 52% de eleitoras e termos a Presidenta da República, nosso país ainda é marcado por grandes desigualdades e discriminação contra as mulheres.Continue lendo ›

Opinião

Sessão comédia

De José Luiz Boromelo:
comedia1Com o início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na tevê a população tem diversão garantida em horário nobre. Não deveria ser dessa forma, pois o tempo destinado aos partidos políticos é uma oportunidade única para a apresentação dos candidatos aopúblico. Além de ser um canal direto com o eleitor, aquele espaço na mídia busca garantir a manutenção da verdadeira democracia, no momento em que oferece a cada um a chance de expor suas propostas de trabalho. Ocorre que pelo tempo exíguo de alguns candidatos ou por absoluta falta de criatividade de outros, o circo está armado. Assistimos diariamente a uma surpreendente sessão de tiradas hilariantes, típicas daqueles que conhecem com exatidão seu papel suicida nas legendas de aluguel que transitoriamente os acolhem. Ignoram os postulantes a cargos eletivos quando se propõem a representar a coletividade que isso deve ser feito com seriedade e respeito, requisitos mínimos exigidos de qualquer candidato. Continue lendo ›

Opinião

Sou Marina (até a posse)

Do jornalista Diogo Mainardi, em artigo hoje na Folha de S. Paulo:
Sou um homem simples: acredito que, a cada quatro anos, é necessário trocar o bandido que nos governa. Tira-se um, bota-se outro qualquer em seu lugar. Nunca votei para presidente e, por isso mesmo, nunca me arrependi por ter votado num determinado candidato. (….) A candidatura de Marina Silva, para quem só sabe torcer contra, como eu, é muito animadora. Depois de 12 anos, há uma perspectiva real de derrotar o PT. E há uma perspectiva real de derrotar o PSDB, sem o qual o PT tende a desaparecer, pois perde seu adversário amestrado.

Opinião

Falta de profissionalimo

De José Luiz Boromelo:
tvO País viveu momentos de extrema consternação diante da tragédia aérea que vitimou o presidenciável pernambucano Eduardo Campos e sua equipe. Desde os primeiros momentos do acidente as redes de rádio e tevê mobilizaram seus profissionais com o intuito de levar ao telespectador as últimas informações em tempo real. Cinegrafistas, repórteres e curiosos amontoaram-se às centenas atrás de notícias, diante do caos instalado no local da queda da aeronave. Logo começaram as especulações acerca da identidade das vítimas, das prováveis causas do acidente e de tudo o que se poderia imaginar numa ocorrência dessa magnitude. As programações televisivas eram interrompidas a todo instante para entradas ao vivo e as imagens não deixavam dúvidas quanto à gravidade do acidente, que acabou por ressaltar uma tendência que predomina em determinados segmentos do jornalismo atualmente.Continue lendo ›

Opinião

Só no papel

Driver's hands on a steering wheel of a car and blue sky with cloudsDe José Luiz Boromnelo:
Em determinadas épocas do ano se tem a sensação de que a legislação de trânsito é deixada de lado. Nas datas comemorativas, em dias de jogos decisivos dos campeonatos de futebol e especialmente durante as campanhas eleitorais as infrações de trânsito se proliferam. Os abusos ao volante são estimulados pelo aglutinamento simultâneo de diversos grupos de pessoas que acabam ignorando as precauções básicas de segurança. Essa concentração de veículos e pedestres na via pública favorece e incentiva a desobediência às regras estabelecidas pela autoridade de trânsito, no momento em que transmite uma falsa sensação de impunidade. O festival de infrações é evidente e não existem limites para a criatividade dos organizadores desse tipo de manifestação, que se utiliza do veículo automotor para as mais inusitadas atividades.Continue lendo ›

Opinião

Nem só de pão vive o homem

De José Luiz Boromelo:
programasocialO Governo Federal vem sistematicamente veiculando na mídia o incremento dos diversos programas sociais que patrocina, nitidamente com a intenção de associar a prática que foi herdada de governos anteriores com uma suposta capacidade de gerenciamento dos problemas que assolam o país. È sabido que as iniciativas de cunho assistencialista (em tese) haveriam de promover o socorro imediato àqueles desprovidos de condições mínimas para sua subsistência e moradia, sobressaindo-se então a característica emergencial de benefício transitório. Cessada a necessidade do usuário, automaticamente o benefício seria destinado a outros contemplados e assim sucessivamente. Ocorre que nesse País o temporário se torna permanente e o mais grave, sem que se tenha o devido controle, requisito número 1 para a necessária lisura do processo.Continue lendo ›

Opinião

Domicílio eleitoral

domiclioO domicílio é juridicamente relevante, pois é com base nele que os indivíduos exercerão alguns de seus direitos. Como exemplo de sua importância, pode-se dizer que é nesse local que o cidadão centraliza seus negócios, responde aos processos civis e, a depender do caso, saberá perante qual juiz responderá criminalmente. Percebe-se, então, que o conceito de domicílio é de grande influência tanto para o Direito Civil quanto para o Direito Penal. Porém, não menos importante, será, também, de grande valia para o Direito Eleitoral . Entretanto, curiosamente, o conceito de domicílio para o Direito Eleitoral não coincide com o de domicílio para o Direito Civil. Um é mais abrangente que o outro, a saber: o eleitoral é mais amplo. A opinião é de Rodrigo Moreira, bacharel em Direito, servidor do Tribunal Superior Eleitoral, lotado na Escola Judiciária Eleitoral. Na íntegra aqui.

Opinião

O legado da Copa

rogerio-lorenzettiDe Rogério Lorenzetti, prefeito de Paranavaí:
Hoje me aventuro em um tema que não domino muito bem, mas como dizem por aí, muitos brasileiros desenvolvem senso crítico para tecer comentários sobre futebol, então vamos lá dar nossa opinião. Como todos que torceram pela nossa seleção, o placar da partida contra a Alemanha foi um misto de decepção e tristeza que se abateu sobre nós e retirou o sonho de disputar e vencer a Copa em casa. Escrevo este texto sem saber ainda o resultado da disputa com a Holanda pelo terceiro lugar, mas independente do mesmo, algumas lições podemos extrair desta competição. A primeira delas é que não existe favoritismo que se sustente sem um trabalho de preparação e entrosamento fazendo o time depender do talento individual, inquestionável, de alguns jogadores. A Alemanha prova isto pelo seu desempenho até agora. Leia mais.

Opinião

O Minerazo e Dilma

De Merval Pereira, em O Globo:
dilmaAssim como Dilma não faz gol, nem defende pênalti, também não escala o time. Por isso, nada tem a ver com o vexame protagonizado pela seleção brasileira na tarde de ontem no Mineirão. Mais uma vez, porém, foi xingada por parte da torcida presente ao estádio, em igualdade de condições com Felipão e Fred. Nada mais equivocado do que essa repetição de comportamento, mas, mais uma vez, a equipe de marketing que assessora a candidata à reeleição errou na dose ao imaginar que a campanha da seleção poderia reverter em seu benefício, que não tem nada a ver com o sucesso do campeonato. Leia mais.

Opinião

Contra o pagamento de auxílio-moradia aos magistrados do Paraná

De Homero Marchese:
homeroNo dia 27 de setembro, o Tribunal de Justiça do Paraná decidiu que pagará auxílio-moradia aos desembargadores e juízes do Estado, no valor de 15% dos seus vencimentos. Com a medida, os juízes em início de carreira no Paraná, que atualmente recebem salário bruto de R$ 22.797,33, poderão ganhar até R$ 26.216,92 mil mensais. Por sua vez, os desembargadores do TJ, que recebem R$ 26.589,68, poderão receber até R$ 30.578,13 por mês. A instituição do auxílio-moradia pelo TJ/PR somente foi possível depois que a Assembleia Legislativa do Estado aprovou e o Governador sancionou a Lei Estadual nº 17.691/2014. A lei altera o Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado (Lei Estadual n.º 14.277/2003) e inclui o benefício entre as vantagens que podem ser pagas pelo Poder Judiciário no Estado. Em nota divulgada em sua página na internet, o TJ/PR argumentou que o pagamento do auxílio-moradia já era previsto na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Lei Complementar n.º 35/79), e que 14 Tribunais do país pagam o benefício a seus juízes. Apesar das alegações do TJ/PR, a instituição do auxílio-moradia é absolutamente injustificável do ponto de vista moral e causa indignação na população do Estado. Continue lendo ›

Opinião

Palavras ao vento

De José Luiz Boromelo:
acidenteA matéria apareceu inserida num canto da página do jornal. Sem destaque nem alarde, mesmo diante de um assunto extremamente relevante. Com o sugestivo título “Detran alerta para excessos na Copa” e alguns exemplos de infrações costumeiramente cometidas nesse tipo de evento (com suas respectivas penalidades), em poucas linhas foi dado o recado do órgão de trânsito para os condutores mais afoitos. Nessa época de Copa do Mundo tem-se a impressão de que muitas pessoas são acometidas por um sentimento contagiante que as fazem deixar de lado a precaução com a segurança e as coisas nem sempre terminam bem. Em dias de jogos da seleção brasileira os casos se multiplicam de maneira espantosa, sobrecarregando os centros de atendimento de emergência. Os acidentes de trânsito lideram as ocorrências e se sobressaem pela letalidade, ceifando abruptamente a vida de jovens com futuro promissor, deixando como conseqüência imediata famílias assoladas pelo sofrimento de uma perda prematura além de produzir sequelas permanentes que incapacitam definitivamente o indivíduo para suas atividades profissionais.Continue lendo ›

Opinião

Maringá desenho animado

catedral
De Juliano Xuxa:
Sou maringaense de paixão. Apesar de não ter nascido aqui, passei boa parte de minha infância nessa cidade que amo muito e, relembrando essa época, vejo que nossa realidade me lembra muito os desenhos animados que assistia quando era pequeno. Tem um tal de RB que em muito lembra o Tio Patinhas… só pensa em ganhar e acumular. Um prefeito que parece mais o Capitão Boing do Duck-Tales… pois vive num cai ou não cai danado. Há também um monte de CCs que mais parecem Surfs… Meia dúzia trabalha e o resto não serve pra nada, só faz volume.Continue lendo ›

Opinião

Funk de La Marseillaise (-ada)

funk
Do Velho Gagá:
Somos um povo feliz, mas a imprensa insiste em mentir nossas dificuldades. Não sofremos por desgoverno nem por impunidade.

(-Allons enfants de la Patrie
Le jour de gloire est arrivé !
Contre nous de la tyrannie)

Inventam de tudo… Desde que padecemos em hospitais, vez por outra ainda dizem que faltam remédios e médicos, e que estraçalharam as pesquisas sérias para a cura de muitas doenças, inclusive o câncer.
Temos de tudo… Hospitais implorando por pacientes, estetoscópios perambulando em desespero aqui e ali, à busca de ao menos um avecêzinho que seja.

(L’étendard sanglant est levé
L’étendard sanglant est levé
Entendez-vous dans nos campagnes
Mugir ces féroces soldats?)

Alvissareiros, nossos eleitos em fim de mandato mostram seus feitos e, retumbantes, fazem tudo em segredo e só nos contam em vésperas de eleições. Eles são nossa glória! Vida longa aos signatários do poder e no poder em nosso Brasil. clapt, clapt, clapt!Continue lendo ›

Opinião

O mais novo escândalo do Tribunal de Contas

De Homero Marchese:
Humberto MarcheseNa última quarta-feira, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu em Curitiba o coordenador-geral do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, acusado de favorecer a empresa vencedora da licitação para a construção do novo prédio do Tribunal. O servidor foi preso em flagrante após receber R$ 200 mil das mãos do dono da empresa, que também foi detido. É o terceiro caso de prisão de servidores de alto escalão do TCE/PR nos últimos dez anos por supostas irregularidades praticadas no cargo. A notícia confirmou a péssima reputação do Tribunal, do qual fui servidor concursado e pedi demissão há dois anos, após denunciar ao Ministério Público diversas irregularidades praticadas em processos da Corte. Já naquele momento, eu sabia que a instituição, da maneira como funcionava, estava fadada ao mais absoluto fracasso em sua missão de combater a corrupção no Estado. O tempo só fez aumentar essa certeza. Continue lendo ›

Opinião

Cultura da letra morta

De Pery de Canti:
peryDecorridos mais de 10 anos de constituição da Lei 6.411/03, que estabeleceu a criação da Lei de Incentivo Cultural de Maringá, a mesma é ceifada na base por uma par de sorte e contra movimentos – sejam eles emanados pelo poder público, ou por representantes condignos da esfera cultural – de diversos setores. Até este ponto, a coisa vai, uma vez que os direitos de manifestações – contrários e/ou a favor e democráticos estão assegurados pela Carta Magna, a Constituição Federal de 1988. Entretanto, a Lei virou letra morta.
Mas ademais, e independente do gestor que esteja – ou esteve nesta condição, à frente da Secretaria de Cultura, a cultura local – tanto privada e pública enfrenta uma série de episódios dissonantes e que se confrontam com os reveses ditos afirmativos de fomento, democratização de acesso, e estímulo ao saber da cultura produzida pelos artistas de nossa cidade. Continue lendo ›

Opinião

“Made in Brazil”

De José Luiz Boromelo:
dilmaDurante a cerimônia de abertura da Copa do Mundo de futebol a presidenta Dilma foi alvo de vaias por parte do público presente. O coro começou tímido, mas logo tomou conta do estádio causando visível constrangimento na anfitriã e autoridades presentes. A frase escolhida para as demonstrações de descontentamento é muito conhecida e utilizada com frequência pelo brasileiro, naquelas situações em que a paciência e a tolerância são deixadas de lado. Isso já foi incorporado no cotidiano das pessoas e não representa fielmente os sentimentos de quem a utiliza, apenas exprime um desejo expansivo e momentâneo de insatisfação com alguma situação. Dependendo da forma como for empregada, não passa de uma brincadeira sem maiores conseqüências. Ocorre que existem ocasiões em que não se deve reproduzir certas expressões pejorativas (por mais descontraídas que sejam), como naquela transmitida ao vivo para todo o planeta em que milhares de vozes amplificadas em muitos decibéis mostraram o nível sofrível de educação e de respeito que acompanha uma parcela do povo brasileiro.Continue lendo ›

Crônica

Copa do mundo ou da Fifa?

Do padre Orivaldo Robles:
padreorivaldoNão posso dizer que lembro como se fosse hoje, mas lembro: Seminário São José, Curitiba, 29 de junho de 1958. Voltamos da missa de São Pedro e São Paulo, na Catedral, e corremos para o rádio colocado no pátio. Não havia televisão. O jogo era a final da Copa do Mundo, Brasil x Suécia, anfitriã da Copa. Já tinha começado e perdíamos por 1×0. Depois Vavá empatou e acabamos ganhando por 5×2, mesmo placar da vitória sobre a França, cinco dias antes. Trabalho mesmo tinham dado Inglaterra (0x0) e País de Gales (1×0). O rei Gustav desceu da tribuna para a entrega da taça. Cumprimentou todos os jogadores. Um, em especial, tinha-o impressionado: Pelé, menino de 17 anos. Por causa de suas diabruras em campo um jornal de Curitiba, em charge na página de esportes, mostrou-o como “o saci pelelé”.
Nesse dia o futebol do Brasil nasceu para o mundo. Apagou o desastre do “Maracanazo” de 1950. Desse eu não me lembro. Era pequeno demais e morávamos num sertão aonde quase não chegavam notícias do mundo. As figurinhas do álbum que formei eram do campeonato paulista, não da seleção. Da copa de 1954, disputada na Suíça, conservo alguma lembrança. Pelo menos da nossa derrota por 4×2 para a Hungria de Puskas, então o melhor jogador do mundo. Foi uma partida violenta, apitada pelo inglês Arthur Ellis. Para nossa crônica esportiva, um larápio que nos afanou descaradamente. Durante muito tempo, apelidar alguém de “Mr. Ellis” era chamá-lo de ladrão.Continue lendo ›

Opinião

Sugestão de pauta

De Jorge Ulises Guerra Villalobos:
jorgeJá tratei, neste espaço, sobre o tema da igualdade do voto nas eleições para Reitor da Universidade Estadual de Maringá, (Informativo UEM nº 1063/2013) argumentando: “quem pode o mais, evidente que pode o menos”. Ou seja, se o voto é igualitário para presidente da República, por que não podemos ser iguais no voto para reitor da UEM? Desta vez, o tema é uma reflexão relacionada com as eleições para reitor da nossa Instituição. Já há alguns meses tenho ouvido, de inúmeras pessoas, dentro do câmpus sede, indagações do tipo: “você sabia que fulano é candidato?”; ou “está sabendo que o candidato a reitor é beltrano e o vice é sicrano?“. Volta e meia ainda aparecem nomes de pessoas que já foram reitores, vice-reitores, diretores de centro, pró-reitores ou candidatos em alguma das eleições passadas. Vislumbro nesse intenso indicar de nomes que o tema da eleição poderia estar centrado em qual é o melhor ou o “menos melhor”. Mas, entendo que esse não devia ser o ponto central da questão, uma vez que há inúmeras situações que deviam estar sendo debatidas.Continue lendo ›

Opinião

Dentro da normalidade

De José Luiz Boromelo:
bandeira7setA um dia do início da maior competição esportiva do planeta as expectativas aumentam, criando naturalmente um clima de apreensão e suspense. O comércio já se vestiu de verde e amarelo na tentativa de fisgar o torcedor, que como bom brasileiro deixa tudo para a última hora. É inegável o interesse com a Copa do Mundo, que volta ao Brasil depois de 64 anos. Ocorre que nem tudo são flores e pelo caminho sobressaem os espinhos, por conta da incompetência dos governantes no país onde teima em prevalecer uma democracia capenga. As coisas poderiam ter sido muito diferentes, sem a necessidade da correria verificada agora para se tentar concluir pelo menos as obras essenciais de mobilidade urbana.
Ao contrário do que alguns pessimistas alardeiam o legado deixado pela Copa será certamente o da modernidade, uma contribuição importante para o desenvolvimento do País. Mas isso tem seu preço e como não poderia ser diferente o que se viu foram os mais criativos artifícios para postergar o início e a conclusão das obras. Continue lendo ›

Opinião

Maringá vive grave crise institucional

Do vereador Carlos Mariucci (PT):
Sessão Ordinária 26/11/2013 Câmara Municipal de MaringáPara que serve a Câmara de vereadores? Para que serve o Ministério Público? Para que servem as instituições? Recentemente tenho feito essas perguntas para mim mesmo. Desde 2013, quando assumi uma cadeira na Câmara de Maringá, tenho analisado com mais profundidade a significativa contribuição que as instituições legítimas oferecem ao sistema democrático de direito. Gostaria de propor um debate com a sociedade maringaense sobre duas instituições que, mais recentemente, estão sendo profundamente desrespeitadas pelo poder Executivo municipal: Câmara de vereadores e Ministério Público Estadual.
Em junho de 2013, o prefeito de Maringá – tenho dúvidas de quem é o prefeito de fato – declarou publicamente que ele não precisa da Câmara para governar a cidade. “Eu não preciso que a Câmara fale o que eu tenho que fazer”. Essa frase deu o tom de como seria a relação do prefeito com as instituições da nossa cidade. E tem sido de total desrespeito.Continue lendo ›

Opinião

O homem e o meio ambiente

De Saint-Clair Honorato Santos:
Saint_Clair_1Não há como falar em meio ambiente sem discutir a questão da sustentabilidade, pressupondo que sustentabilidade está intrinsicamente relacionada ao meio, às pessoas, às relações, usos, necessidades, sistemas produtivos. Portanto, sustentabilidade envolve todos os atos e relações do homem em sociedade e de sua interação com o meio em que vive. Os eventos que vêm se apresentando atualmente, decorrentes das mudanças climáticas, parecem não ter efeito na compreensão da realidade por parte de toda a sociedade, manifestando-se em práticas, atitudes e modos de produção que de fato comprometem a proteção ao meio ambiente e a redução de danos ocasionados pela ação do homem. Continue lendo ›

Opinião

Joaquim Barbosa: popular ou populista?

De Luiz Flávio Gomes:
Por força da parábola “A tábua e os pregos” se sabe que uma ferida verbal (uma ofensa) é tão maligna para a alma como uma agressão física. Quando você ofende alguém, ficam as marcas. Você pode enfiar uma faca em alguém e depois retirá-la. Não importa quantas vezes você peça desculpas, a cicatriz ainda continuará lá. Joaquim Barbosa, que disse que vai deixar em breve a magistratura, foi um juiz independente e corajoso, mas deixa cicatrizes profundas nas almas de todas as pessoas que foram vítimas das suas temperamentais ofensas. Muitos vão comemorar sua saída; outros irão lamentar profundamente. Para alguns ele já vai tarde; para muitos ele fará muita falta na desprestigiada magistratura brasileira. De qualquer modo, para quem nunca acreditou na punição dos poderosos no Brasil, JB se mostrou, especialmente no julgamento do mensalão do PT, um exemplo de juiz autônomo e idealista. Leia mais.

Opinião

Falta de Informação e a violência contra a mulher

Por Tania Tait :
TaniaTaitTemos realizado muitas palestras e oficinas pela ong Maria do Ingá-Direitos da Mulher com públicos distintos desde mães atendidas em serviços sociais até profissionais formados e estudantes de universidades. E, o que chama a atenção é a total falta de informação que as pessoas possuem sobre os serviços de atendimentos às nossas mulheres.
Quando perguntamos “Onde fica a Delegacia da Mulher de Maringá?” Poucas pessoas sabem e quando respondem indicam o endereço antigo. O que não dizer, então, dos serviços de atendimentos que são prestados às nossas mulheres vitimadas nas áreas de assistência social, jurídico e psicológico? Ninguém sabe…Continue lendo ›

Opinião

Campanha antecipada

De José Luiz Boromelo:
DilmaA presidenta parece que resolveu colocar definitivamente o pé na estrada. A corrida para ocupar a cadeira estofada do Palácio do Planalto por mais quatro anos já começou, bem antes do prazo estipulado pela Justiça Eleitoral. Com a máquina administrativa na mão, sua Excelência não perde oportunidade para utilizar-se dos microfones nas intermináveis inaugurações de obras inacabadas. Em seus discursos pelo País afora se faz acompanhar de um artifício bem conhecido no meio político: o emprego de frases de efeito recheadas de meias verdades. A todo instante tenta induzir o eleitor a acreditar que as medidas tomadas pelo governo estão mudando o Brasil, garantindo o emprego a quem precisa. Evidentemente que a citação é por demais genérica, considerada apenas mais uma estratégia para introduzir o assunto entre outros que aborda em seu périplo nacionalContinue lendo ›