canção para meu pai

Crônica

Canção para meu pai

Do padre Orivaldo Robles:
padreorivaldoEsclareço que não sou compositor. Para isso não tenho talento. Se tivesse, eu lhe escreveria a mais caprichada canção. Sempre que aparece oportunidade, comento sobre quanto nos marcou a figura do homem franzino e calmo – calmo demais para um espanhol – a quem chamávamos pai. Para as pessoas de fora sou o filho que mais fala sobre ele. O amor e o respeito, no entanto, que merece um verdadeiro pai, os cinco nunca deixamos de consagrar ao nosso velho. A rigor, nem tão velho: morreu mais jovem do que eu sou hoje.
Não me preocupa nem um pouco que percebam como sou sensível. Ou “manteiga derretida”, conforme o povo diz. De vez em quando, sinto vontade de escutar “Mi viejo”, composição de Piero y José. Em português existe como “Meu velho”, versão de Nazareno de Brito, conhecida na interpretação de Altemar Dutra. Prefiro a original, aquela que no 3° Festival da Canção de Buenos Aires, em 1969, apresentou um Piero ainda seminarista, de batina e colarinho romano. Dependendo da hora, quando a ouço, me acaba vindo aos olhos alguma lágrima intrusa, que não dei conta de segurar.Continue lendo ›