“Fiz empréstimo, peguei a poupança do meu pai e perdi R$ 91 mil no bitcoin”
De Lucas Gabriel Marins, no UOL:
A dona de casa Gilmara Carcetti dos Santos (foto), 53, de Carapicuíba (SP), sempre foi conservadora em relação a dinheiro. Ao longo de sua vida, só investiu na poupança ou em renda fixa e passou longe de investimento de risco, como ações. Até que, no ano passado, conheceu a corretora de criptomoedas GenBit, com sede em Campinas (SP), que prometia rendimentos fixos mensais de 15%. Especialistas alertam que investidores devem desconfiar de quem promete ganhos fixos.
Gilmara acreditou na empresa e aplicou, junto com seus familiares, cerca de R$ 131 mil. Planejava usar os ganhos para pagar um tratamento médico. Mas a GenBit não cumpriu o prometido. Pagou R$ 40 mil à família de Gilmara e, há seis meses, ela não recebe mais nada. Ou seja, a família perdeu R$ 91 mil, desconsiderando a inflação.
Apesar de achar a proposta interessante, fiquei com um pé atrás, pois já tinha ouvido falar sobre pirâmides financeiras e morria de medo de cair em uma. Por causa das minhas dúvidas, a amiga da família nos passou o telefone de alguns conhecidos dela que diziam estar lucrando com a GenBit. Liguei, e eles me puseram em contato com superintendentes da empresa em Maringá (PR). Leia mais.
A matéria informa que em pouco mais de um mês, dobrou o número de processos registrados contra a GenBit só na Justiça de São Paulo. São 330 ações até janeiro. O Ministério Público do Estado entrou com uma ação civil pública pedindo o bloqueio de R$ 1 bilhão do grupo e dos sócios. O presidente do conglomerado é o empresário Nivaldo Gonzaga dos Santos, que toca o negócio junto com seu filho, Gabriel Tomaz Barbosa. A empresa informou que não comenta ações judiciais e que está lidando com muita “naturalidade” com as investigações.