orivaldo

Crônica

Novo ano à vista

Do padre Orivaldo Robles:

Você, que lê, e eu, que escrevo, somos privilegiados. Ano passado, neste dia e hora, estavam vivas pessoas possivelmente melhores que nós. Hoje, não fazem parte do nosso convívio. Por que misteriosa razão foram daqui levadas, enquanto nós ficamos? A mim, tenho certeza, o Senhor concede nova chance de me corrigir das minhas falhas. Ouvimos, a cada início de janeiro, o surrado “ano novo, vida nova”. Um ano que começa abre aos nossos passos uma nova estrada, que pode ser diferente da anterior, se quisermos. Entretanto, o que se dá, na maioria das vezes, é que passam os meses, termina dezembro, vira a folhinha e a vida prossegue na mesmice de sempre. E olhe lá se a gente não acaba mudando, sim, mas para pior.
É engraçado como as pessoas se repetem. Não há abertura de ano em que não nos venham aporrinhar as manjadas previsões de pretensos adivinhos.Continue lendo ›

Crônica

O Natal do progresso

Do padre Orivaldo Robles:

Tenho a sensação de que o Natal está vindo mais depressa a cada ano. Não só eu. Outras pessoas me fizeram a mesma observação. Em nossa infância, o Natal demorava a chegar. Era um custo atravessar o ano, lerdo feito um cágado e comprido como um século. Até percebermos em casa as primeiras providências para o Natal. Nossa fantasia se aguçava. Éramos tomados por esquisita (mas gostosa) excitação. Tratava-se de preparativos extremamente simples. Não iam além da aquisição dos ingredientes básicos, todo ano repetidos, que revestiam de glamour o almoço natalino. Por força da origem espanhola, o pai sempre achava jeito, não obstante a pobreza, de comprar nozes, amêndoas e avelãs. Comparado à austeridade da refeição dos outros dias, aquele era um autêntico banquete para encher de encanto nossa mesa. Um luxo ocasional dos ingênuos roceiros que éramos.
Hoje sei que Natal, do latim “dies natalis”, quer dizer dia do nascimento. Nascimento de Jesus, evidentemente. Na infância, nunca me falaram dele. Natal era só um almoço de festa. Continue lendo ›

Opinião

Os vereadores, de novo

Do padre Orivaldo Robles:

“Se o povo soubesse como são feitas as leis e as salsichas!”. O dito atribui-se ao chanceler Otto Von Bismarck (1815-1898). O adendo “não dormiria tranquilo” não parece original. No século 19 era lastimável a higiene das fábricas de salsichas. Hoje as coisas devem ter mudado. Quanto às leis, “há controvérsias”, como diria Francisco Milani, o Pedro Pedreira, da Escolinha do Professor Raimundo. É só ver o comportamento dos nossos vereadores. Bem na surdina, para esconder do povo a tramoia, quinta-feira passada, apreciaram e aprovaram, a toque de caixa, projetos que viraram a Lei n° 9104 e a n° 9105. Que estabelecem, para o próximo exercício, os subsídios de vereadores e de altos funcionários do Executivo. Já estão em vigor, mas só vão surtir efeito a partir de 1° de janeiro de 2013. Por que, então, o açodamento? Quando uma lei em Maringá foi discutida, aprovada e sancionada em tão pouco tempo? Que dizer então do aumento da verba de gabinete? Não é muita folga gastar dinheiro do povo no pagamento de cabos eleitorais, que cuidam da reeleição do vereador? Vamos deixar de falácia: qual a real função dos chamados assessores?Continue lendo ›