padre leo

Akino

Um padre preparado para ser prefeito

Lendo a nota de esclarecimento do Padre Léo, apontando as razões para  declinar do convite para ser o candidato do PT, em Maringá, nas próximas eleições, cheguei à conclusão de que ele se sente preparado para o cargo. Mas concordo com Humberto Henrique que disse que a decisão foi acertada.

Concordo, também, que a igreja precisa rever a proibição de sacerdotes disputarem eleições. Se padres podem ser cantores. Esse padre Alessandro ! e outros e continuam sendo padres. Por que não na política? O único problema que vejo para padres de pastores é em relação ao perdão dos pecados e certamente  se inclui os pecados de corrupção. Os pastores dizem que basta aceitar Jesus e os pecados serão perdoados. Já os padres que basta confessar e arrepender-se. Pode ser que tentação seja maior e ao se tornarem políticos, passem a pecar nesta área também.

Não conheço o Padre Leo, mas tenho boas referências, mas reitero que, neste momento, é melhor ficar na igreja. É fria, como se dizia antigamente. Mais que isso, um grande gelada ser candidato pelo PT, a prefeito, hoje.  Se pudesse tirar licença e voltar, tudo bem. Mas fazer como Sérgio Moro, que jogou fora a carreira de 22 anos no Judiciário, não.

Akino Maringá, colaborador

Igreja

Em nota, Padre Leo justifica decisão

Depois de não comparecer ao almoço de 40 anos do PT, onde seria lançada sua pré-candidatura, o padre Leomar Antonio Montagana divulgou nota em que explica sua decisão de permanecer na arquidiocese.

” Ouvi muita gente e senti a proximidade e a ternura do coração grandioso de várias pessoas. Mas também sofri com ofensas e maldades de gente que, sem me conhecer e, penso que, sem a experiência do amor de Deus, desfilaram o que tinham em seus corações: imaturidade e desconhecimento do verdadeiro sentido da política, a eles desejo que a graça de Deus venha socorrê-los”, diz trecho da mensagem. Confira a íntegra abaixo:

“Maringá, 9 de fevereiro de 2020

Primeiramente, gostaria de dizer que, nestes quase trinta anos de meu ministério presbiteral, vivi e vivo com grande zelo, responsabilidade e doação, seja nos serviços de pároco, assessoria de pastorais, movimentos, professor, coordenador do curso de filosofia no Instituto Filosófico Arquidiocesano ou na PUCPR – campus Maringá, seja em outros serviços na Arquidiocese de Maringá ou fora dela.

Tendo em vista que, em meu ministério, sempre me dediquei ao trabalho de formação direcionada ao ensinamento da Doutrina Social da Igreja que preza pelo cuidado com os mais fragilizados da sociedade e a grande crise constatada em nossa realidade: ética, jurídica, econômica e política, várias pessoas foram apelando para que eu fosse atuar e contribuir no mundo da política, chegando à situação do momento que foi a de indicar meu nome como pré-candidato a prefeito de Maringá.

Sei da grande responsabilidade e da complexidade que envolve tal realidade, desprezada por alguns ou vista como caminho de grandes desafios, mas também tão necessária para a organização e o bom andamento da nossa sociedade. Mesmo que alguns pensem que ninguém fique imune de ser atingido pelos vícios maléficos até então presenciados nesta realidade, mesmo assim, penso que “não há salvação” para a humanidade fora do mundo da Política.

Nossa Igreja Católica sempre ensinou que a “política é a melhor forma de viver a caridade”, caridade entendida como promoção humana, bons projetos políticos, políticas públicas etc., nos quais os mais fragilizados da sociedade possam receber por direito e não por humilhação e mendicância.

“A política, tão desacreditada, é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum. Temos de nos convencer que a caridade ‘é o princípio não só das micro-relações estabelecidas entre amigos, na família, no pequeno grupo, mas também das macro-relações como relacionamentos sociais, econômicos, políticos’. Rezo ao Senhor para que nos conceda mais políticos que tenham verdadeiramente a peito a sociedade, o povo, a vida dos pobres. É indispensável que os governantes e o poder financeiro levantem o olhar e alarguem as suas perspectivas, procurando que haja trabalho digno, instrução e cuidados sanitários para todos os cidadãos… Estou convencido de que, a partir duma abertura à transcendência, poder-se-ia formar uma nova mentalidade política e econômica que ajudaria a superar a dicotomia absoluta entre a economia e o bem comum social” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium – A Alegria do Evangelho, nº 205, 24/11/2013).
“Lembremo-nos que ser cidadão fiel é uma virtude, e a participação na vida política é uma obrigação moral” (Idem, 225).

Tendo em vista os apelos das pessoas e os ensinamentos da nossa Igreja, penso que poderei contribuir frente a esses graves problemas que assolam as pessoas mais carentes e, em geral, toda a sociedade. Sempre fiz meu trabalho de evangelização pensando na salvação das pessoas, mas, sendo fiel à doutrina da Igreja, compreendo que, para salvar “almas”, temos que cuidar do corpo (“carne de Cristo”) e do ambiente onde as pessoas vivem: o que comem, onde moram, se seus direitos são respeitados, se são assistidos na saúde, se têm boa educação, se podem ter esperança no futuro etc. Compreendo que, onde há miséria material, ali prolifera a miséria moral e espiritual, portanto sinto que, para salvar “almas”, temos que salvar a pessoa na sua totalidade e criar condições para que tenhamos um mundo mais justo e com maior dignidade para todos. Assinalo aqui o que diz o Papa Francisco em relação a “salvar almas”:

“Os Pastores, acolhendo as contribuições das diversas ciências, têm o direito de exprimir opiniões sobre tudo aquilo que diz respeito à vida das pessoas, dado que a tarefa da evangelização implica e exige uma promoção integral de cada ser humano. Já não se pode afirmar que a religião deve limitar-se ao âmbito privado e serve apenas para preparar as almas para o céu. Sabemos que Deus deseja a felicidade dos seus filhos também nesta terra, embora estejam chamados à plenitude eterna, porque Ele criou todas as coisas para nosso usufruto, para que todos possam usufruir delas. Por isso, a conversão cristã exige rever especialmente tudo o que diz respeito à ordem social e consecução do bem comum” (Idem, 182).

Gostaria muito de prestar esse serviço e continuar no pleno ministério, mas sei que a Igreja, por orientação pastoral, solicita que o padre se afaste de suas funções pastorais e, inclusive, para que alguém não o acuse de estar usando o ministério em benefício próprio. Então, sendo assim, continuarei exercendo o ministério e contribuindo, como padre, com o ensinamento da Igreja que será sempre de defender a justiça e eliminar as causas que levam as pessoas à marginalização da sociedade. Espero que, num futuro não tão distante, a Igreja possa repensar quanto a este serviço por alguém da ordem hierárquica, pois, assim como temos padres em funções na vida artística, na mídia, na universidade e em outros setores, porque não como servidores no mundo da política?

Neste período em que passei refletindo nesse processo desafiador, pude contar com a compreensão, orações e solidariedade de muitas lideranças e pessoas comprometidas com o bem comum, principalmente dos irmãos no presbitério. Ouvi muita gente e senti a proximidade e a ternura do coração grandioso de várias pessoas. Mas também sofri com ofensas e maldades de gente que, sem me conhecer e, penso que, sem a experiência do amor de Deus, desfilaram o que tinham em seus corações: imaturidade e desconhecimento do verdadeiro sentido da política, a eles desejo que a graça de Deus venha socorrê-los. Penso que a política é a materialização de dois sonhos: o sonho de Deus e o sonho de todo ser humano. Jesus sintetizou esses sonhos quando disse “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham com abundância” (Jo 10, 10). Não haverá vida em abundância para todos enquanto não criarmos um mundo mais justo e solidário. A Igreja, em sua doutrina, sempre afirma ser uma tarefa especialmente dos fiéis leigos: o “altar dos leigos são as realidades temporais” (EG, 102). Então, como padre, continuarei e intensificarei o trabalho de formação para que os fiéis leigos sejam também cidadãos. Estarei, assim, na minha função presbiteral, conscientizando e animando pessoas e comunidades para que, juntos, sonhemos e concretizemos um mundo melhor possível: “Os fiéis leigos são ao mesmo tempo cristãos e cidadãos. São Igreja fazendo o mundo e são cidadãos do mundo que edificam a Igreja” (Puebla, 786).

Em Cristo, agradeço imensamente a todos que, unidos no serviço aos valores do Reino, souberam ser amigos e irmãos. Sempre disse que os amigos, embora nos conheçam, nos amam. Senti esse amor em muitas pessoas, essa experiência ficará para sempre em meu coração.

“O amor é mais forte do que a morte… Suas brasas são fogo ardente, são labaredas do Eterno. Nem mesmo as muitas águas conseguem apagar o amor; os rios não conseguem arrastá-lo correnteza abaixo. Quisesse alguém dar tudo o que possui para comprar o amor, qualquer valor seria absolutamente desprezado” (Ct 8, 6-7).

Pe. Leomar Antonio Montagna
Maringá – PR”

Para quem conhece a trajetória do Padre Leo, é só mais um capítulo em sua história. Ou seja, continuará a fazer política do púlpito, longe de enfrentar as urnas.

Eleições 2020

Padre Leo não aparece na festa do PT

E o padre Leomar Montagna parece ter deixado o Partido dos Trabalhadores na mão. Ele não apareceu no almoço realizado hoje no Centro de Tradições Gaúchas Rincão Verde, onde aconteceu a comemoração aos 40 anos do PT. Na mesma ocasião, seria lançada a pré-candidatura do Padre a prefeito.

Oficialmente, a desistência do padre não está consolidada, mas sua ausência da festa foi recebida como um “não”, um balde de água frio depois de muitas conversas, iniciadas ainda no primeiro semestre do ano passado.

Recentemente, como se vê na foto abaixo, o padre recebeu em sua residência os pré-candidatos a vereador pelo PT, o que foi visto como um “sim”.

No entanto, nunca houve formalmente um comunicado do padre junto à arquidiocese sobre sua intenção de deixar o ministério e ser candidato. Sua não presença na festa de hoje surpreendeu muita gente, que acreditava na sua pré-candidatura.

Com a surpresa ruim do religioso em relação ao PT, o Partido dos Trabalhadores repete 2016, quando o então vereador Humberto Henrique chegou a desistir da candidatura ao Executivo. No prazo final, convencido pelos companheiros, foi candidato a prefeito tendo como vice a professora Ana Lucia Rodrigues. A candidatura de HH foi fundamental para o segundo turno entre Silvio Barros II e Ulisses Maia, que acabou eleito.

Com Padre Leo deixando o PT na mão, o partido poderá lançar o advogado Humberto Boaventura a prefeito. Em 2016 ele colocou seu nome à disposição, logo depois da desistência temporária de Humberto Henrique. As tratativas para uma eventual solução caseira na disputa majoritária começarão a ser discutidas possivelmente a partir de amanhã.

Política

Fim de semana decisivo

O padre Leomar Montagna decide neste final de semana o seu futuro: deixará o ministério ou ingressará na política, para ser candidato a prefeito de Maringá pelo Partido dos Trabalhadores?

Até domingo a decisão será anunciada. Para pré-candidatos a vereador pelo PT, está tudo certo, e há tempos.

Mas padre Leo disse a interlocutores que ainda não tem nada definitivo, o que deve acontecer até domingo.

Domingo, só para lembrar, o Partido dos Trabalhadores de Maringá comemora aniversário da sigla, com churrascada no CTG.

Blog

Começou errado

O padre Leomar Montagna, que esta semana recebeu em sua casa pré-candidatos a vereador pelo Partido dos Trabalhadores, por onde será candidato a prefeito, começa a ser questionado antes de começar a fazer pré-campanha.

É que oficialmente ele não comunicou à Igreja Católica suas intenções político-partidárias. Desde o meio do ano passado ele acertou a candidatura com a direção do PT maringaense, e com a saída de dom Anuar Battisti a arquidiocese vive um misto de limbo.

Ou seja, Padre Leo começa na política já desrespeitando o Direito Canônico. Na eventualidade de ser eleito, respeitará o Direito Administrativo?

Eleições 2020

PT discute pré-campanha do Padre Leo

A executiva municipal do Partido dos Trabalhadores de Maringá reuniu seus pré-candidatos a vereador na casa do pré-candidato a prefeito, padre Leomar Montagna.

A reunião, que contou com a presença do deputado federal Enio Verri, líder do PT na Câmara Federal, apontou outros possíveis nomes que devem se filiar para integrar a chapa e o início da pré-campanha do Padre Leo.

Blog

Padre Leo é o nome de consenso do PT

padre leo

O padre Leomar Montanha, o Padre Leo, já foi referendado como o único pré-candidato a prefeito de Maringá pelo Partido dos Trabalhadores.

Ele mesmo já participou de pelo menos duas reuniões do diretório municipal, onde tem o apoio de todas as correntes políticas.

A primeira notícia de que ele seria candidato a prefeito pelo PT foi dada neste blog, no ano passado. O padre, que defende a Teologia da Libertação, negou, em nota publicada à época por Verdelírio Barbosa.

Segundo a Igreja Católica, o padre ainda não fez nenhum comunicado oficial à arquidiocese sobre sua intenção. A arquidiocese de Maringá está sendo temporariamente dirigida por dom Frei Mamede Filho, bispo de Umuarama, desde a renúncia de dom Anuar Battisti, que voltou a residir em Toledo depois de 15 anos como arcebispo de Maringá.