padre orivaldo

Geral

Crise

O padre Orivaldo Robles passou mal hoje ao celebrar a missa do meio-dia na Catedral de Maringá. Ele foi hospitalizado, medicado e retornou para casa no início da tarde. Padre Orivaldo, que tem problemas pulmonares e sofre eventuais crises, passa bem. (Repostagem)

Crônica

Linda flor

padreorivaldoNesta semana, explicando sobre atendimento preferencial, a jovem funcionária quis saber se eu tinha 60 anos. Devolvi-lhe um sorriso de indulgência. Não me senti lisonjeado. Acho que ela quis ser delicada. Ou sentiu pena de mim. Não precisava. Não tenho problema com idade. Impossível esconder o estrago que os anos fazem. Inútil simular mocidade que não temos mais. Além de que certos fatos revelam o que vivemos. Como a entrevista de Paulo Roberto Pereira de Souza, ex-reitor da UEM, que li nestes dias. Reavivou-me uma enxurrada de lembranças.
Conheci Paulo Roberto em 1967, estudante no Gastão Vidigal, onde eu lecionava, mas não para sua turma. O Gastão reunia um quadro de professores admiráveis. A exemplo de Ary de Lima e Aniceto Matti, autores de letra e música do Hino a Maringá. Ou Darcy de Carvalho, José Hiran Salée, Walter Pelegrini, Renato Bernardi, Leila dos Santos, Ester Gonçalves, Henrique Ortêncio, Antônio Carlos Braga… Esses e dezenas de outros, já na casa do Pai. Sobreviventes, apenas septuagenários. Como eu, que nunca me senti admirável.Continue lendo ›

Crônica

Nosso Dom João

Do padre Orivaldo Robles:
padreorivaldoDom João Braz de Aviz, terceiro arcebispo de Maringá, enviou-me da Itália, por meio de Dom Anuar, o seu livro “Das periferias do mundo para o Vaticano”. Tem como subtítulo “Minha história rumo à Igreja de amanhã”. Acaba de sair do forno, em italiano. Será traduzido para o português, na forma de entrevista conduzida por Michele Zanzuccchi, diretor da revista “Città Nuova”. Aviz, hoje cardeal, vive no Vaticano, onde é prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e para as Sociedades de Vida Apostólica. Não há como falar dele sem lembrar o tiro que levou em 1981. Foi a primeira coisa que procurei no livro. Está no capítulo intitulado “Estou vivo por milagre”. Não há como discordar.Continue lendo ›

Akino

Um tema para crônica do padre Orivaldo

Sou admirador dos textos do padre Orivaldo, a quem desejo pronto restabelecimento, e gostaria de sugerir um tema para uma de suas próximas crônicas. Seria mais ou menos: Para onde vamos? Ou Céu, Inferno e Purgatório?
O motivo é uma curiosidade que tenho, quando morrem famosos, como Luciano do Valle, que seus colegas da crônica esportiva endeusaram e o Neto vive repetindo que ele lá do céu o está inspirando. Outros dizem que ele está ali, trabalhando com eles. Outro foi o Pinga Fogo, que o Salsicha insiste em dizer que lá do céu continua fazendo suas ajudas. Em ambos os casos há controvérsias, mas há o caso de Jair Rodrigues, que alguns disseram que foi fazer festa no céu, este parece unanimidade. Já quando morre um bandido, dizem que foi direto para o colo do capeta, no inferno. O próprio Pinga Fogo dizia isso. Ninguém fala no purgatório. Por que? Aprendi que muitos vão para o purgatório.Continue lendo ›

Crônica

O “bom” velhinho

Do padre Orivaldo Robles:
orivaldoA senhora esperou-me atravessar a rua e me deteve: “Foi bom encontrá-lo. Nesta época do ano, lembro sempre seu ensinamento: que Natal é festa do Menino Jesus, não do Papai Noel. Tinha que lhe contar, sabe? Ano passado, levei meu sobrinho ao shopping. Queriam fazê-lo sentar-se no colo do Papai Noel. Ele se recusou. Muito firme, disse: ‘Natal é aniversário do Menino Jesus, não do Papai Noel’. Fiquei feliz de ver como ele aprendeu bem o que a gente ensina em casa”.
O período natalino volta com força e o velho gordo reaparece nas ruas, shoppings e lojas de toda a cidade. Com esse calorão mais forte a cada ano, é preciso coragem para envergar fardão vermelho, botas grossas, vasta barba e cabelos compridos. Continue lendo ›

Blog

Aos navegantes

Aos muitos leitores que se acostumaram às crônicas semanais do padre Orivaldo Robles neste espaço: ele ainda permanece em recesso literário. Há cerca de dois meses ele foi hospitalizado, por causa de uma pneumonia, e durante semanas permaneceu sob medicação. Agora padre Orivaldo está retomando a rotina, por se sentir melhor, mas ainda precisa de mais um tempo para voltar a escrever. Assim como os leitores, aguardamos a plenitude do grande cronista.

Igreja

Dom Murilo em Maringá

O arcebispo de Salvador (BA) e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, celebrou a missa desta manhã no Catedral de Maringá. Dom Murilo, que foi o segundo arcebispo de maringá (ele sucedeu a dom Jaime Luiz Coelho), fez a celebração que normalmente é comandada pelo padre Orivaldo Robles, que foi hospitalizado com suspeita de pneumonia.

Crônica

Gente que ainda existe

Num dia desta semana, encontrei por acaso duas amigas queridas. Trocamos algumas palavras. Conversa entre amigos não segue planejamento nem conhece trava ou segredo. É papo aberto, que brota da liberdade e da confiança, sobre qualquer assunto. Não se sujeita à censura nem fiscaliza as palavras. É inevitável sair algo que estranhos tomariam por grosseria. Como um daqueles despautérios do personagem Chaves, da TV, que, após soltá-lo, corre logo a desculpar-se: “Me escapou!”. Uma das amigas falava sobre seu filhinho, que se mostra sempre atento às necessidades dos outros. Deu um exemplo para ilustrar. A uma senhora que, por pouco, não tinha levado um tombo capaz de feri-la com gravidade, ele perguntou: “A senhora está bem? Está precisando de alguma coisa?” Isso lá é conversa de um menino de cinco anos? Mal tinha a mãe contado o episódio, fui tomado pelo espírito do Chaves. Sem refletir, soltei em voz alta: “Vai ser um bobo a vida inteira”. Continue lendo ›

Akino

O voto é do eleitor

Vou insistir na discussão sobre a frase da campanha de Pupin: ‘Meu voto é do onze, meu voto é do Pupin’. É bem típico de um grupo que quer se perpetuar no poder. Eles se consideram os donos da cidade e por esta razão procuram induzir o eleitor que o seu voto é deles.Percebam no tal ‘giro com prefeito’, que eles dizem: aqui fizemos isso, fizemos, aquilo, aqui eu vou fazer o asfalto, tudo como se donos fossem. Nem usam primeira pessoa do plural.
A propósito vejamos o trecho final do artigo do padre Orivaldo para refletirmos: “Em poucos dias, elegeremos 17 homens e mulheres para os nossos Executivo e Legislativo. Vamos confiar-lhes parte considerável do nosso destino comum. Então, senhor(a) prefeito(a) e vice, senhores e senhoras vereadores e vereadoras que elegeremos, vamos combinar? Que tal continuar sorrindo e visitando os bairros? Continue lendo ›

Crônica

Campanha eleitoral

Do padre Orivaldo Robles:
De campanha política a mais antiga lembrança que guardo vem de uma fase longínqua, na infância, dos meus quatro ou cinco anos. Morávamos ao lado do terreirão, junto da tulha. A propriedade recebia o imponente nome de fazenda. Não pela extensão, mas por admitir várias famílias na lavoura de café. Era costume chamar sítio à propriedade tocada pelo dono, que nela residia e, eventualmente, empregava um ajudante com ou sem família. Morávamos na fazenda em que o café, plantado no sistema antigo, não condensado, dificilmente chegava aos cinquenta mil pés. Separada de nossa casa pelo pasto estendia-se a colônia. Pequena. Ocupada não por colonos, como o nome sugere. Pelo menos no sentido antigo da palavra. Os moradores das cinco casas construídas em série eram ditos meeiros. Embora, com exatidão maior, devessem chamar-se porcenteiros. Pois trabalhavam pelo ganho de 35, 40 ou 45 por cento da colheita anual do café. O pai era o fiscal. Supervisionava a fazenda e respondia por tudo. Era assalariado. À frente da nossa casa corria uma estradinha. Cruzava vários sítios, até desembocar em outra, que conduzia à vila chamada Junqueira. Esta última estradinha, agora asfaltada, ainda lá está. Junqueira também. Igualzinha à que era, faz setenta anos.Continue lendo ›

Crônica

Menos, por favor!

Do padre Orivaldo Robles:
Nunca me contagiou o entusiasmo com que pessoas exibem fotos de viagem ou álbum de casamento. Como troféus reunidos para exposição pública. Passeios ou eventos podem ser interessantes para quem lá esteve. Para quem ouve contar, ou tem que ver fotos que não acabam mais, eles se tornam, quase sempre, um aperreio. Mais de uma vez me questionei se pensar assim não seria azedume ou deselegância de minha parte. Vai ver, todo o mundo aprecia. Eu é que sou diferente do resto dos mortais, o único do contra. A infância pobre da roça deixou-me um tanto arredio a práticas com que não fui acostumado.Continue lendo ›

Crônica

Ainda a vida longa

Do padre Orivaldo Robles:
Antônio Facci, pioneiro de Maringá e escritor, observou que Maringá é diferente de outras cidades de igual porte. Não só pela exuberância da arborização, não só pela pujança de seu comércio, não só pelo número de universidades e cursos superiores, que hoje atraem estudantes do Brasil inteiro e de países vizinhos. Acima de tudo, Maringá é diferente porque, sessenta anos depois de nascida, mantém elevado nível de solidariedade, como acontecia entre os primeiros moradores. As dezenas de obras beneficentes, multiplicadas e visíveis por todos os cantos, refletem a marca de um sofrido começo, quando os habitantes daquela boca de mato cultivavam laços fortes de união, sob pena de sucumbirem às agruras do meio. Não se podia estiolar o espírito de família que os tornava não só unidos, mas responsáveis, um pelo outro, e todos, pela cidade que era sua. Em outros lugares esse calor de vida se perdeu. Não em Maringá. Por uma razão histórica, segundo Facci. Porque Maringá acolheu um homem que lhe ensinou, pelo exemplo de anos seguidos, a abrir o coração para as necessidades do outro: Dom Jaime. Continue lendo ›

Crônica

Vida longa

Do padre Orivaldo Robles:
“Eu rezo todos os dias para Deus me conservar a vida enquanto eu puder tomar banho sozinho”, me disse, meio rindo, meio sério, um pioneiro de Maringá, ainda bem vivo. Eu admirava sua boa disposição e saúde perfeita. Resistente aos anos, ele venceu os 80 com robustez pouco encontrável em outros até mais jovens. Não perde o sorriso sempre aberto para brindar os muitos conhecidos. À minha observação, deu-me em resposta a tirada que me surpreendeu. Fiquei pensando: onde um homem da roça foi buscar expressão de tanta sabedoria? Sem estudo, fala ingênua, traduziu com perfeição aquilo que, no fundo, é secreta aspiração de todos. Ainda que não ousemos admitir. Porque, pensando bem, que sentido tem a vida para quem é conduzido por mãos alheias, mesmo se eficientes e carinhosas?Continue lendo ›

Crônica

O pão da mãe

Do padre Orivaldeo Robles:
Tenho certeza de que não vão acreditar. Dirão que é lorota. Mas aconteceu. Assim, de repente, sem prévio aviso. Vinha eu pela rua, como todos os dias, pelo caminho de sempre, quando me entrou forte pelas narinas um cheiro de pão recém-saído do forno. “Grande coisa“, dirá a meia dúzia dos gentis leitores que, todo sábado, me procura neste espaço. “Seu percurso diário passa por duas panificadoras”. Talvez eu não me tenha explicado direito. Já vai para três anos que percorro as mesmas avenidas e ruas. Conheço todos os seus cheiros. Sei identificá-los muito bem. Não estou falando de nenhum desses. Refiro-me a outro, absolutamente único, que eu não confundiria de jeito nenhum. Já deixei de senti-lo faz uns vinte anos, desde quando as condições de saúde da mãe pioraram e lhe impediram o exercício de uma tarefa que ela executava como ninguém. Não poder mais amassar seu pão foi para ela uma dolorosa prova e para nós, uma perda irreparável.
Perdoem-me os que acreditam conhecer o sabor do pão feito em casa. Não imaginam até onde ele pode chegar. Quem não provou o pão da minha mãe nunca saberá qual o genuíno gosto do pão caseiro. Foi desse pão, é verdade, do pão da mãe, que senti o cheiro, quando eu vinha pela rua. Continue lendo ›

Crônica

Amor complicado

Do padre Orivaldo Robles:
Li a entrevista da mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Não da original, mãe dos seus filhos, mas de Andressa, 19 anos mais jovem que ele, com quem vive há nove meses. Casariam em 14 de março, aniversário dela, mas nesse dia ele já estava preso. Andressa é linda. Certamente mais do que hoje é a primeira, com quem o contraventor casou no século passado. Que cuida dos filhos e não deve ter sonhado que o casamento acabaria assim. Os filhos vão à escola, ao shopping, conversam com amigos. Certamente escutam coisas horríveis a respeito do pai. É humilhante vê-lo exposto à execração do País inteiro. Em casa, cabe à mãe recompor a esfacelada imagem paterna. O casal é apenas um entre milhões que se separam. Cachoeira pertence ao grupo daqueles homens ricos e bem relacionados que, de repente, se dão conta de que fica mais elegante apresentar-se nas rodas sociais com uma mulher mais jovem e atraente a tiracolo do que a sua. Para esta deixa-se uma boa condição financeira e tudo está resolvido. Numa sociedade em que aparência é tudo, quem faz isso é aplaudido.Continue lendo ›

Crônica

Nem tudo é verdade

Do padre Orivaldo Robles:
Sócrates (470 a.C.-399 a.C.), filósofo grego, era um pensador cuja sabedoria sobrepujava em muito à dos conterrâneos. Dono de admirável autodomínio, não perdia a serenidade nem mesmo por causa de ofensas que recebesse de forma gratuita. Opondo-se ao sistema de vida dos concidadãos, foi condenado à morte. Aceitou-a sem nenhum protesto. Conta-se que, certa vez, envolvido em debate filosófico com discípulos, recusou-se a atender Xantipa, sua mulher, que o chamava com insistência e em tom cada vez mais alto. Depois de algum tempo, irritada com o descaso do marido, ela se aproximou e, sem que ele notasse, derramou-lhe uma vasilha de água na cabeça. Ele nem se moveu. Todo ensopado, comentou calmamente: “Era natural que, depois da trovoada, caísse uma tempestade”. Continue lendo ›

Crônica

O futuro da Nação

Do padre Orivaldo Robles:
Ou me engano ou tenho memória curta. Parece-me que em anos passados havia menos pedintes em nossas ruas. Hoje encontramo-los por todo o lado. Nos anos 1980, fiz um curso de especialização em país latino-americano ao norte do Brasil. Impressionou-me o número de mendigos. Pensei: “No Brasil não se vê isso”. Hoje, não me arrisco a dizer o mesmo. E todos os indicadores apontam que nosso País melhorou ultimamente.
Uma das causas é, sem dúvida, a desgraça das drogas, que domina parcela considerável da população. Hoje, ela não se restringe às grande cidades. Invadiu todos os espaços. Naquele curso ouvi falar de “drogadictos”, mas não tinha ainda noção exata da calamidade escondida por trás dessa palavra. Em poucos anos assolou-nos uma tragédia que reduz pessoas a farrapos, sem perspectiva de dignidade nem de futuro. Em Maringá, a Igreja Católica oferece pelo menos quatro instituições, mas nem de longe sonha em resolver o problema. Os voluntários do Marev, do Projeto Plantando Vidas, do Recanto Mundo Jovem e da Casa de Nazaré sabem que apenas despejam uma gota d’água num deserto de miséria. É a contribuição católica para nossa comunidade ferida por uma chaga que parece não ter fim.Continue lendo ›

Crônica

As dores e a Páscoa

Do padre Orivaldo Robles:
Desde 2003 ouço dizer que três dores, se não são as maiores, seguramente estão entre as três mais terríveis que alguém pode experimentar. São a dor do parto, a cólica de rim e a neuralgia do nervo trigêmeo. Uma eu tenho certeza de que jamais sentirei. As outras duas conheço bem e não as desejo ao pior inimigo. A bem da verdade, não tenho inimigo. Eventualmente, alguém me causa irritação, intensa até, não nego, mas passageira. Não por virtude pessoal, mas por bondade de Deus, fui preservado de guardar rancor. Pois nem à pessoa mais irritante eu desejaria uma crise renal ou uma neuralgia do trigêmeo.
Fui contemplado, na semana santa que passou, com manifestações frequentes daquilo que médicos e dentistas conhecem e denominam dor paroxística. E bota paroxismo nisso.Continue lendo ›

Crônica

Nosso poeta maior

Do padre Orivaldo Robles:
De vez em quando me pego assobiando a melodia de um jingle que só os mais antigos de Maringá conheceram. É uma musiquinha que, há uns cinquenta anos, nossas emissoras de rádio tocavam. A letra dizia: “Motorista inteligente / De todo o Paraná /Confia o motor do seu carro /À Retificadora Maringá”. Levou tempo para eu descobrir que o autor é um amigo muito querido, a quem costumo chamar de poeta maior de Maringá. Muita gente se cansou de ler, sem saber, matérias suas. Usou vários pseudônimos em tempos passados. Hoje, tudo o que produz vem com a inconfundível assinatura de A. A. de Assis. Só os mais íntimos sabem que A. A. abreviam Antônio Augusto.Continue lendo ›

Crônica

A bolsa ou a vida

Era um senhor idoso podre de rico, mas muquirana de não pagar cafezinho para a própria mãe. Trabalhara duro na roça até comprar uma propriedade. Daí para frente, a coisa deslanchou. Conseguiu acumular fortuna considerável. Filhas casadas há tempo, vivia agora com sua velha num confortável casarão de fazenda, cercado de todos os confortos da vida urbana.
Depois dos tantos anos de luta, começou a acusar os sintomas da idade. Com receio de ver reduzido o vultoso patrimônio, recusava-se a consultar um médico. Pouco valia a insistência da mulher e das filhas. Ele se esforçava para disfarçar qualquer sinal de dor. Se aparecia algum desconforto maior, recorria a remédios caseiros. Até que, não suportando mais os reclamos do velho corpo, foi obrigado, um dia, a pedir arrego. Acabou no consultório.Continue lendo ›

Crônica

Cidade “indormível”

Do padre Orivaldo Robles:
Relato a experiência minha e de muitos outros: há noites em que é impossível dormir. Como esta. Levanto-me e vou escrever. São quatro da madrugada. Desde as duas, estive me virando na cama. Não é insônia. É o ruído que sobe da rua. Como a coisa mais normal do mundo. Vozerio e gargalhadas que furam até janela antirruído. Quem não pode comprar isolamento acústico tem que fugir para o campo? Noites de sexta e de sábado, em especial, são um suplício. Jovens (e não jovens) varam a noite conversando e rindo alto. Danem-se os panacas que tentam descansar como gente normal. Calculo o tormento dos pobres pais de crianças pequenas. “Varam a noite” não é exagero. Quem se levanta às seis da manhã ainda os vê na calçada. Latinhas e garrafas vazias foram descartadas diretamente no passeio ou na sarjeta. Ainda que perto se encontrem cestos de lixo. Para que se preocupar com isso? Nossas calçadas e ruas são tão espaçosas!Continue lendo ›