padre orivaldo

Crônica

Dez anos

Do padre Orivaldo Robles:
Cigarro é um cilindro branco com uma brasa numa ponta e um imbecil na outra. Não vi até hoje melhor definição. Fui esse imbecil durante longos anos. Com o agravante de ter começado na fase adulta, já com 26 anos. Eraldo, meu irmão, e eu crescemos vendo o pai, fumante desde menino, cumprir o delicado ritual de fazer o seu cigarro de palha. Talvez o prazer estivesse não tanto em fumar, mas em executar, sem pressa, cada etapa da operação. Aprendemos a escolher as palhas de milho que ele recortava no tamanho exato, dava uma alisada com o fio do canivete e guardava na gaveta esquerda do guarda-louça. Alguém aí ouviu falar de guarda-louça? Ainda temos um lá em casa. A mãe dizia que era do seu tempo de recém-casada. Voltando ao pai, tornamo-nos expertos na escolha do fumo de corda que lhe agradava. Lá uma vez ou outra, trazíamos um rolete que ele olhava com desconfiança, cheirava e, depois da primeira pitada, concluía com desalento: “Ih, filho, você comprou um macaio que não dá, não. Amanhã, na volta da escola, me traga um diferente”. Em geral, porém, acertávamos na compra.Continue lendo ›

Crônica

Pór de pirlimpimpim

Do padre Orivaldo Robles, que agora entra em períod0 de descanso e só retorna com eus escritos em fevereiro:

Na minha última crônica cometi uma imprecisão imperdoável. O pó de pirlimpimpim (que tinha o poder de transportar a pessoa para onde ela desejasse) é uma criação do nosso Monteiro Lobato (1882-1948), não de Walt Disney (1901-1966), criador de Peter Pan e da fada Sininho. Monteiro Lobato é nosso primeiro autor de autêntica literatura infantil, com as imortais criações de Emília, Pedrinho, Narizinho, dona Benta, tia Nastácia, Visconde de Sabugosa etc., personagens do mundo encantado do Sítio do Picapau Amarelo. Peço perdão aos leitores do seu blog por lhes ter dado informação equivocada. Quem me corrigiu o engano foi minha comadre, professora aposentada Tania Eloiza Cividanes, a quem agradeço a gentileza.