transparência brasil

Política

Quase metade do Congresso tem parentes políticos


A crise de popularidade que afeta as instituições políticas brasileiras, em particular o Legislativo, é fruto de um complexo de fatores, entre os quais deve contar a persistência de clãs regionais – famílias que, a cada renovação do corpo de parlamentares, seguem dando as cartas na política local ou nacional. Para mapear esse panorama, a Transparência Brasil fez um levantamento sobre o parentesco político dos congressistas eleitos e sua distribuição por partidos, estados, regiões, idade e gênero. O resultado mostra que quase a metade deles têm parentes políticos. Eles têm relação de sangue direta (como filhos ou netos) ou indireta (cônjuges e cunhados, por exemplo) com políticos que já ocuparam algum cargo eletivo (governadores, deputados etc.). Os percentuais são mais altos entre congressistas jovens, nordestinos, mulheres e detentores de concessões de rádio e TV. Embora nada haja de ilícito com políticos alavancarem parentes ou serem por eles promovidos, a transferência de poder de uma geração a outra da mesma família pode provocar dois problemas: tanto a formação de uma base parlamentar avessa a mudanças significativas como a perpetuação no poder de políticos tradicionais desgastados ou até impedidos de concorrer em eleições. Do Paraná é citado mais de um terço da bancada na Câmara Federal (Cida Borghetti, Ratinho Junior, Abelardo Lupion, Angelo Vanhoni, Cezar Silvestri, Dilceu Sperafico, João Arruda, Nelson Padovani, Reinhold Stephanes, Rubens Bueno, Sandro Alex e Zeca Dirceu) e dois senadores (Gleisi Hoffmann e Roberto Requião). Confira o relatório completo acima.

Brasil

Tribunais de contas: 62% dos conselheiros são políticos e 20% respondem processos


Encarregados de chefiar os órgãos que fiscalizam o uso dos recursos públicos, os conselheiros dos tribunais de contas dos estados brasileiros são, em sua maioria (62%), ex-políticos profissionais que fizeram carreira em cargos eletivos (como deputados e vereadores) ou de confiança direta do Executivo (secretários estaduais e municipais). Do total, 20% sofrem processos na justiça ou nos próprios tribunais de contas e 17% são parentes de algum político local. No Paraná, dos seis conselheiros quatro foram políticos com mandato. Os números são resultado de um levantamento inédito da Transparência Brasil sobre a vida pregressa de todos os 238 integrantes dos 34 tribunais de contas do país. Levantaram-se informações sobre processos na justiça e nos próprios TCs – inclusive condenações –, qual formação possuem, quais cargos tiveram antes de serem alçados à função e se mantêm parentesco com políticos.

Brasil

O custo do voto


A discussão sobre o modelo de financiamento eleitoral no país, impulsionada pelo julgamento, no STF, de ação direta de inconstitucionalidade proposta pela OAB, é motivada pelo peso exagerado do dinheiro nas decisões eleitorais. No Brasil, o grande eleitor é indiscutivelmente o dinheiro. Para compreender como esse peso é exercido e quais são as opções à disposição do legislador para enfrentar o problema, a Transparência Brasil divulga o primeiro de dois relatórios baseados na análise das finanças eleitorais que a entidade realiza desde 2002 em seu projeto Às Claras. Esse primeiro relatório (acima) examina em particular o custo do voto e como ele se estrutura pelos estados brasileiros. Um segundo relatório, a ser divulgado em breve, abordará a efetividade do financiamento privado.

Brasil

Negros e pardos são 9,8% do Congresso Nacional


Um relatório da Transparência Brasil divulgado hoje mapeia a representatividade de negros por estado, partido e bancada, no Congresso Nacional. O levantamento foi feito em parceria com o Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais da UFRJ. O estudo mostrou que, dos 594 deputados e senadores em exercício, apenas 58 são pretos e pardos – ou seja, 9,8% do Congresso.

Brasil

Custo do Congresso Nacional é mais caro que o de outros países


Em um grupo de 12 países, entre emergentes e desenvolvidos, o Brasil é o que gasta proporcionalmente mais para manter seus congressistas. De cada R$ 100 produzidos em bens e serviços no ano, R$ 0,19 vão para custear a Câmara dos Deputados e o Senado. A relação é cerca de dez vezes maior que a da Espanha ou Reino Unido e mais de seis a vezes a dos Estados Unidos. O relatório completo, acima, foi divulgado nesta manhã pelo Transparência Brasil.