vida longa

Crônica

Ainda a vida longa

Do padre Orivaldo Robles:
Antônio Facci, pioneiro de Maringá e escritor, observou que Maringá é diferente de outras cidades de igual porte. Não só pela exuberância da arborização, não só pela pujança de seu comércio, não só pelo número de universidades e cursos superiores, que hoje atraem estudantes do Brasil inteiro e de países vizinhos. Acima de tudo, Maringá é diferente porque, sessenta anos depois de nascida, mantém elevado nível de solidariedade, como acontecia entre os primeiros moradores. As dezenas de obras beneficentes, multiplicadas e visíveis por todos os cantos, refletem a marca de um sofrido começo, quando os habitantes daquela boca de mato cultivavam laços fortes de união, sob pena de sucumbirem às agruras do meio. Não se podia estiolar o espírito de família que os tornava não só unidos, mas responsáveis, um pelo outro, e todos, pela cidade que era sua. Em outros lugares esse calor de vida se perdeu. Não em Maringá. Por uma razão histórica, segundo Facci. Porque Maringá acolheu um homem que lhe ensinou, pelo exemplo de anos seguidos, a abrir o coração para as necessidades do outro: Dom Jaime. Continue lendo ›

Crônica

Vida longa

Do padre Orivaldo Robles:
“Eu rezo todos os dias para Deus me conservar a vida enquanto eu puder tomar banho sozinho”, me disse, meio rindo, meio sério, um pioneiro de Maringá, ainda bem vivo. Eu admirava sua boa disposição e saúde perfeita. Resistente aos anos, ele venceu os 80 com robustez pouco encontrável em outros até mais jovens. Não perde o sorriso sempre aberto para brindar os muitos conhecidos. À minha observação, deu-me em resposta a tirada que me surpreendeu. Fiquei pensando: onde um homem da roça foi buscar expressão de tanta sabedoria? Sem estudo, fala ingênua, traduziu com perfeição aquilo que, no fundo, é secreta aspiração de todos. Ainda que não ousemos admitir. Porque, pensando bem, que sentido tem a vida para quem é conduzido por mãos alheias, mesmo se eficientes e carinhosas?Continue lendo ›