A imagem de dona Antonio do Vale vem sendo “usada” pela administração cidadã desde fevereiro de 2007, quando uma matéria em O Diário informava que ela seria uma das contempladas com uma das 34 casas de 32 metros quadrados em construção pela prefeitura. Ela não tem aposentadoria e vive da pensão de um salário que o filho de 32 recebe. Um ano depois, uma foto de seu casebre, que divide com o outro filho, que trabalha com carroça, foi usada no projeto PAC Santa Felicidade. O projeto foi montado num fim de semana pela equipe de Planejamento da prefeitura, depois que o ministro das Cidades, Márcio Fortes, informou ao deputado Ricardo Barros (PP) que tinha uma verba para desfavelamento. Maringá não tem favela, mas para não perder o dinheiro criaram a descentralização do Conjunto Santa Felicidade (criado na década de 70 para receber ex-favelados), levando para a periferia familiares de moradores que residiam no mesmo quintal. A utilização da imagem de outro bairro (a casa de dona Antonia fica no Alvorada III, em fundod e vale) caracterizaria fraude, mas a influência política tratou de amenizar o problema. Dona Antonia reclama que sua situação permanece a mesma e lamenta que tenha sido usada para que políticos levantassem recursos enquanto ela não foi beneficiada, até agora.