Gaeco denuncia grupo de extermínio que atua na região

O Núcleo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Maringá ofereceu duas denúncias à Justiça contra integrantes de um grupo de extermínio que atua na região. As denúncias tramitam na 4ª Vara Criminal de Maringá e têm relação com um homicídio ocorrido há cerca de dois anos. Uma delas é contra um criminoso e dois comparsas (pelo assassinato de um integrante do próprio grupo, em agosto de 2010) e a outra – por fraude processual – contra cinco pessoas (o falso autor do homicídio, uma advogada, o chefe do grupo criminoso e dois investigadores da Polícia Civil). Essas denúncias constituem desdobramento de investigações da Operação Mandacaru, feitas pela Polícia Federal com a participação do Gaeco de Maringá.
A operação desmantelou uma organização baseada em Maringá que atuava no tráfico de drogas internacional e interestadual (Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraíba), cujos integrantes foram acusados de tráfico de drogas, associação para o tráfico, financiamento de tráfico, além de posse de armas e munições de uso permitido e de uso restrito. Além disso, três policiais civis foram denunciados por prevaricação, por facilitarem a atuação da organização. Três pessoas, inclusive um cartorário, foram denunciados por falsificação de documento. Ao todo, houve 65 denunciados na esfera estadual. Outros membros da organização foram denunciados por outros dois homicídios e uma tentativa. Todos os homicídios estavam ligados a acertos envolvendo drogas.

O promotor de Justiça Laércio Januário de Almeida explica que a vítima do homicídio era o verdadeiro assassino do caso denunciado por fraude processual. A Promotoria aponta que o criminoso (conhecido como Marquinhos “Borboleta”) teria se tornado “incoveniente” para a gangue e foi eliminado como “queima de arquivo”, para que diversos crimes praticados pelo grupo criminoso ficassem impunes. Ele foi alvejado por vários tiros de pistola 380, calibre 9mm., no corpo e na cabeça. Marcos Borboleta era indicado como autor do homicídio de pelo menos duas pessoas. O Gaeco apurou a fraude com base em escutas telefônicas. As informações são do MP-PR.