Texto e foto: Cezar Lima
Sempre encantaram-me os pinheirais vistosos e altaneiros, desafiando a imensidão das terras férteis do Paraná, Estado em que cheguei, menino, aos 8 anos de idade, oriundo das “terras das alterosas”, Minas Gerais. Lembro-me do deslizar e do sacolejar do “trem de ferro”, a famosa “Maria fumaça”. Os bancos, de madeira, eram desconfortáveis, mas na janela as paisagens extraordinárias aguçavam minha imaginação ao ver, pela primeira vez, as famosas araucárias, os famosos pinheiros do Paraná e no Grupo Escolar Dr.Oswaldo Cruz, em Maringá, aprendi a cantar o Hino do Paraná e a saber que o pinheiro é o símbolo do Paraná. Hoje, chegando aos 70 anos, que triste saber que o famoso pinheiro, por culpa de seguidos governadores, está sumindo de nossas paragens, de Sul aos extremos do Estado e a continuar essa devastação das araucárias, a imponente árvore somente será vista nos papéis timbrados do governo e no tremular de nossa bandeira! O IAP – Instituto Ambiental do Paraná – de nome pomposo, no papel, precisa em seus viveiros começar a produzir milhões e milhões de mudas de pinheiros para serem distribuídos a todos os municípios do Estado, para serem plantados ao longo das estradas e em propriedades agrícolas. A Ocepar – Organização das Cooperativas Paranaenses – poderia encarregar-se de distribuir essas mudas a todas as suas cooperativa filiadas e fazendo isso, não precisaremos da inoperância de nossos governos do estado. Precisamos salvar os pinheiros e pinheirais do Paraná, antes que sejam extintos de vez. E convenhamos, pinheirais, além de deslumbrarem as paisagens, é alento e abrigo seguro para preservação de espécies canoras, a exemplo da Gralha Azul – ave, também quase em extinção, e suas pinhas e seus pinhões fornecem alimento de superior qualidade e as novas gerações de paranaenses, com toda a certeza, irão preservar o símbolo do Paraná, hoje, quase que totalmente dizimado pela ação de impiedosos desmatadores.
(Acima, pinheiros bem conservados na região de Guaporé, RS)