Um esquema de adulteração de multas de trânsito foi denunciado hoje à Justiça pela 12ª Promotoria de Justiça de Maringá. Apresentada pelo núcleo regional do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado, a denúncia envolve 39 pessoas, dentre elas um ex-servidor do Detran-PR, um dono de autoescola, um instrutor e um ex-instrutor de trânsito, além de dois despachantes de Maringá, acusados de serem os responsáveis pelas fraudes.
Os denunciados são acusados de praticar crimes de associação criminosa, falsidade ideológica e falsificação de documentos públicos e particulares. De acordo com o Gaeco, os responsáveis pelo esquema fraudaram registros de pontuação de multas por infrações de trânsito, realizando a transferência ilícita de pontos entre carteiras de habilitação. Algumas dessas fraudes eram realizadas com o consentimento das pessoas que iriam receber ilegalmente os pontos na carteira, e outras eram feitas sem a anuência das vítimas, por meio da falsificação de assinaturas.
Segundo a Promotoria de Justiça, os réus adulteravam documentos, direcionavam exames médicos e oftalmológicos com desvio de finalidade para a renovação de habilitação para dirigir e inseriam informações falsas no banco de dados dos Detrans do Paraná e de São Paulo. A quadrilha também realizava ilegalmente a mudança de categorias e a renovação de carteiras de motorista, além de ter feito constar indevidamente o comparecimento de um dos denunciados em curso de reciclagem.
O esquema foi comprovado por interceptações telefônicas, provas documentais derivadas de cumprimento de mandado de busca e apreensão e depoimentos de pessoas que tiveram seus nomes utilizados para as fraudes. Dentre os 39 denunciados, estão ainda proprietários e condutores de veículos que receberam as multas e pagaram para os integrantes da quadrilha falsificarem documentos, possibilitando a transferência ilícita das pontuações.