…emana do povo e em seu nome será exercido. Antigamente, muito antigamente, o título deste artigo constava da Constituição brasileira. Éramos felizes a não sabíamos. A tal “Constituição Cidadã” [sic] tirou-nos o país que tínhamos e nos transformou em escravos dos nossos “representantes”!
Desde 1988, com a fabulosa “Constituição Cidadã” [sic] o poder deixou de ser exercido em nome do povo, passando a ser exercido pelos tais “representantes” [sic], todavia, ficou faltando aquilo que de mais fundamental existe na representação, que é a prestação de contas, aquilo que no idioma inglês significa “accountability”. Em qualquer caso, é dever, obrigação, do representante prestar contas ao representado, daquilo que faz em nome deste. Em outras palavras, nós elegemos os nossos “representantes” [sic], aqueles que em tese irão exercer o poder em nosso nome, só que eles não precisam prestar contas daquilo que fazem, pelo contrário, fazem o que querem, como querem e quando querem. Tudo o que os nossos “representantes” [sic] fazem é em benefício próprio, seja para aumentar a burocracia que os mantém, seja para angariar votos para a próxima eleição, seja para proteger os seus “companheiros representantes”.O povo, ora o povo! Em português castiço dir-se-ia: que se dane! (fonte aqui).
Feita introdução convido, especialmente os que exercem o poder a refletirem sobre um texto: ‘A autoridade, da mesma maneira que a fortuna, é uma delegação, de que se pedirá contas a quem dela foi investido. Não creias que ela seja dada satisfazer ao fútil prazer do mando, nem tampouco, segundo pensa falsamente a maioria dos poderosos da terra, como um direito ou uma propriedade. Deus, aliás, tem demonstrado suficientemente que ela não é nem uma, nem outra coisa, desde que a retira quando bem lhe apraz. Se fosse um privilégio inerente à pessoa que a exerce, seria inalienável. Ninguém pode dizer, entretanto, que uma coisa lhe pertence, quando pode ser tirada sem o seu consentimento. Deus concede autoridade a título de missão ou de prova, conforme lhe convém, e da mesma forma a retira.
O depositário da autoridade,de qualquer extensão que esta seja, desde a do senhor sobre o escravo até a do soberano sobre o povo, não deve esquivar-se à responsabilidade de um encarregado de almas, pois responderá pela boa ou má orientação que der aos seus subordinados, e as faltas que estes puderem cometer, os vícios a que forem arrastados em consequência dessa orientação ou dos maus exemplos recebidos, recairão sobre ele. Da mesma maneira, colherá os frutos de sua solicitude, por conduzi-los ao bem. Todo homem tem, sobre a Terra, uma pequena ou uma grande missão. Qualquer que ela seja, sempre lhe é dada para o bem. Desviá-la, pois, do seu sentido, é fracassar no seu cumprimento. Se Deus pergunta ao rico: Que fizeste da fortuna que devia ser em tuas mãos uma fonte espalhando a fecundidade em seu redor? Também perguntará ao que possui alguma autoridade: Que uso fizeste dessa autoridade? Que males impediste? Que progressos impulsionaste? Se te dei subordinados, não foi para torná-los escravos da tua vontade, nem dóceis instrumentos dos teus caprichos e da tua cupidez; se te fiz forte e te confiei os fracos, foi para que os amparasses e os ajudasses a subir até mim. (…) Leia mais aqui.
Que todos, prefeitos, governadores, presidente da república, vereadores, deputados e senadores, que são eleitos, e mais os nomeados, com poder e autoridade, no Executivo, Legislativo e Judiciário. Vejam bem o que fazem do poder que têm. A prestação de contas é inevitável e lá não haverá jeitinho, com a ‘delação premiada da confissão’, ‘aceitação de Jesus como salvador’, ou qualquer ‘tentativa de suborno através de promessas e penitências’. Pagarão e pagarão caro por tudo de errado que fizerem. Não tenham a menor dúvida. Aproveitem a quarta feira de cinzas e a Quaresma que se inicia para começo de mudança. Dá tempo para conversão e conversão é de rumo.
Akino Maringá, colaborador