A conduta correta

Em alguns ambientes e setores da sociedade, há uma extrema preocupação com resultados.
Por exemplo, no meio empresarial o foco costuma ser o lucro. Nas escolas, a obtenção de boas notas. Em concursos, lograr aprovação.

Não há nada de errado em buscar eficácia no que se faz. O problema em supervalorizar os resultados é concluir que os fins justificam os meios.
Ou levar esse paradigma para todos os aspectos da existência. É ótimo quando bons resultados surgem. Mas, em variadas situações, eles não são o aspecto primordial.
Em questões morais, não dá para agir a fim de obter a consequência mais favorável. Muitas vezes, apesar de um proveito mínimo ou inexistente, é preciso perseverar.
A respeito, convém refletir sobre a passagem Evangélica conhecida como o óbolo da viúva. Nela, Jesus afirma que duas moedas doadas por uma pobre viúva representavam mais do que os tesouros ofertados por outros mais abastados. Em uma visão objetiva e mundana, as amplas ofertas dos ricos certamente tinham maior valor. Mais coisas poderiam ser compradas com elas do que com os centavos saídos das mãos da viúva.
Ocorre que para essa a doação exigiu sacrifício, pois ofereceu o que lhe faria falta. Extrai-se daí a lição de que a correção da conduta vale por si só. Pouco importa que os resultados sejam insignificantes, pelos padrões do mundo. Este ensinamento é muito precioso.
Em questões capitais da vida humana, não dá para agir com base no interesse em atingir determinado fim. Quem age exclusivamente por interesse, ainda que esse seja bom, é moralmente frágil.
Se a conduta é difícil ou se o resultado demora, esmorece. Pode ficar tentado a alterar seu comportamento para melhorar a situação.
Já quem se ocupa primordialmente do dever e nele encontra justificativa logra seguir firme. A dignidade vem do comportamento correto.
Quem consegue manter dignidade em face de situações muito adversas revela grande valor moral. Sinaliza estar disposto a acumular prejuízos os mais variados, para viver o que julga ser certo.
Imagine-se uma mãe cujo filho seja desequilibrado. Se ela não entender que seu dever reside em fazer o melhor, pode se sentir uma perdedora e desanimar. Ela não tem condições de alterar o caráter do filho à força. Pode educar, exemplificar e confiar na vida. Mas o filho se modificará em seu ritmo próprio.
Não é o resultado que confere o mérito, mas a dificuldade em manter a reta conduta. O resultado depende das injunções do mundo e da vontade alheia, sobre as quais não se tem domínio.
Já o controle sobre o próprio comportamento é total. Pense nisso.
Que este texto da Redação do Momento Espírita, sirva para que todos reflitamos sobre a conduta correta que devemos ter, sobretudo para quem está em cargos públicos, sejam eletivos, concursados, ou comissionados. São servidores e servidores devem servir, não servir-se. Geralmente são bem remunerados e não precisariam de ‘extras’, que muitas vezes buscam mais para perpetuação no poder, para novas campanhas, numa concorrência desleal com outros candidatos, sem tantos recursos. Conduta correta sempre. Os tempos de impunidade ficaram para trás, imaginem a vergonha a situação de serem presos, processados, condenados. Não é preciso ser corrupto para ser político. Político verdadeiro não é corrupto.
Akino Maringá, colaborador