Amusep e UEM definem data para apresentar primeiro projeto para o agronegócio regional: 14 de maio

O primeiro projeto para impulsionar o agronegócio na área de abrangência da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense vai ser apresentado no dia 14.

A data foi definida na reunião entre prefeitos da região da Amusep, representantes da Universidade Estadual de Maringá, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, do Gabinete da Casa Civil do Governo e do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural. O encontro ocorreu hoje pela manhã, na sede da Amusep, em Maringá.
Nos dias 25 de abril, três e 14 de maio, um grupo de trabalho vai se reunir, no campus sede da UEM, para eleger o tema a ser contemplado; elaborar o passo a passo para colocar o projeto em prática; e validar o Plano de Ação. Entre os dias 16 e 18 de maio, o documento será entregue ao governador do Estado do Paraná, Carlos Roberto Massa Júnior, Ratinho Júnior, durante a instalação do governo itinerante, em Maringá, como parte integrante da programação da 47ª Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial da cidade, a Expoingá 2019.
Expectativa
No encontro desta terça-feira, ficou definido, também que a “Força-Tarefa”, responsável por redigir o projeto, será composta pelos prefeitos, secretários municipais de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, Agricultura e Meio Ambiente, professores dos departamentos de Agronomia e Zootecnia da UEM, representantes da Seab e extensionistas da Emater. “Será a primeira de uma série de iniciativas a serem adotadas pelos 30 municípios da região, a partir desta nova parceria entre a Universidade e a Amusep”, destacou o reitor da UEM, professor Júlio César Damasceno, ao concluir a primeira reunião para discutir formas de aproximar o conhecimento acumulado pelo meio acadêmico das necessidades de as prefeituras promoverem o desenvolvimento regional.
Para o presidente da Amusep, prefeito de Atalaia, Fábio Fumagalli Vilhena de Paiva, o passo inicial do novo relacionamento entre a entidade e a Universidade foi importante para os pesquisadores da UEM apresentarem o trabalho realizado por eles e sinalizarem possíveis áreas de atuação do projeto a ser elaborado. Ressaltou que a reunião desta terça-feira teve o caráter de agregar o apoio dos organismos oficiais ligados ao agronegócio, como a Seab e a Emater. Aproveitou, ainda, para convidar o secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Munhoz de Mello, Gilmar José Benkendorf Silva, prefeito da cidade por dois mandatos consecutivos, entre 2005 e 2012, e presidente da Amusep, Gestão 2009, para coordenar a equipe da Associação e articular a constituição da Câmara Técnica do Agronegócio da entidade. “É uma honra poder integrar um grupo com tantos expoentes da academia e da estrutura técnica do Estado e contribuir com a nossa Amusep”, comentou ao aceitar o “desafio”.

DIVERSIFICAR
Durante a reunião desta terça-feira, os prefeitos apresentaram alguns pontos a serem levados em consideração na hora de elaborar o projeto. O presidente do Consórcio Público Intermunicipal de Gestão da Amusep (Pró-Amusep), prefeito de Ângulo Rogério Aparecido Bernardo, declarou ser preciso retomar as discussões sobre a criação do Serviço de Inspeção Metropolitano, o SIM, para oferecer condições de os produtos da agroindústria, principalmente, familiar serem vendidos na região. Hoje, pães, queijo, linguiça e demais alimentos processados devem exibir o selo do Serviço de Inspeção do Paraná para poderem ser comercializados fora dos limites do município de origem.
A sugestão do prefeito de Nova Esperança, Moacir Olivatti, é apresentar uma versão modernizada e aperfeiçoada das “Vilas Rurais”. Para ele, é uma forma de proporcionar áreas de terras suficientes para manter ou fazer com que o homem do campo fixe-se nas propriedades. Principalmente, nos pequenos municípios, a maioria dentro da Amusep, e nos distritos. “É uma opção viável para promover a diversificação de culturas e de fontes de renda”, argumentou.
A prefeita de Paranacity, Sueli Terezinha Wanderbrook, concorda com a proposta. “Temos duas vilas rurais e um assentamento no município. São estruturas produtivas, mas que necessitam de ampliar os canais de distribuição”, acrescentou. O secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico de Sarandi, Jair Carneiro, fez coro. De acordo com ele, as vilas rurais favorecem a organização dos agricultores em associação e cooperativas, que são “vitais” para viabilizar a atividade no campo. “O associativismo contribui para reduzir os custos de produção e ampliar os ganhos na comercialização”, resumiu.
O vice-prefeito de Maringá, Edson Scabora, ratificou o apoio às iniciativas da Associação e voltou a colocar a estrutura técnica da prefeitura à disposição para que as ações a serem priorizadas “multipliquem-se e frutifiquem na maioria dos municípios onde forem adotadas”. O assessor Especial da Casa Civil para o Noroeste do Paraná, Edgar Silvestre, o Deca, prefeito de Marialva por dois mandatos consecutivos, entre 2009 e 2016, e presidente da Amusep, Gestão 2013, citou pesquisa que indica que 70% dos produtos hortigranjeiros vendidos na Central de Abastecimento (Ceasa), em Maringá, são importados e que esse índice é acima de 90% nos supermercados. “Uma enorme janela de oportunidades para nossos municípios”, resumiu.
Capilaridade
No primeiro compromisso oficial como chefe do Núcleo Regional da Secretária de Estado da Agricultura e do Abastecimento), Jucival Pereira de Sá, avalia que a uma aproximação maior e mais efetiva entre a Amusep e a UEM vai render “colheitas fartas” para a população. Afirmou ser parceiro da iniciativa e que vai colocar as três décadas como técnico da Emater e a experiência de 29 anos de serviços prestados à Sociedade Rural de Maringá, inclusive como diretor de Pecuária da entidade e responsável por reunir os animais que ficam expostos nas edições da Expoingá, a favor da concretização dos projetos que vão surgir frutos da nova parceria.
Com praticamente um extensionista em cada município da região da Amusep, o gerente Regional da Emater, César Miguel Candeo dos Santos, destacou as parcerias com a UEM e que vê com muita expectativa e esperança a nova proposta sugerida pela Associação de Municípios e a Universidade Estadual. Ressaltou a necessidade de fortalecer os canais de distribuição e de consolidar estruturas que promovam a união dos agricultores. “Temos que usar a tecnologia disponível para inovarmos e tornarmos nossa produção mais competitiva no mercado”, justificou.

PRODUÇÃO CIENTÍFICA
No primeiro contato com os prefeitos, os pesquisadores da UEM, além de se apresentarem e se mostrarem entusiasmados com a ideia da nova parceria, expuseram as áreas de atuações e mostraram resultados dos trabalhos deles. Citaram que há mais de dez anos a Universidade desenvolve um projeto de melhoramento genético do peixe tilápia, que é único no Brasil. Que foi, inclusive, exportado para o Uruguai e Cuba. Também fizeram alerta sobre a perda de 50% das hortaliças produzidas na região, por falta de técnicas no manuseio, processamento, transporte e logística de distribuição.
Outra pesquisa foi a que resultou na produção de álcool combustível a partir de uma variedade de batata doce, melhorada geneticamente em laboratório, que se mostrou tão produtiva quanto à cana-de-açúcar. O chefe do Departamento de Agronomia da UEM, professor Carlos Alberto de Bastos Andrade, avaliou como “fundamental” promover a aproximação da UEM com a comunidade, a partir da Amusep. Principalmente, no momento atual, onde o Governo do Estado se mostra aberto a ideias e projetos. “Vamos elaborar ações de médio prazo, prever a continuidade e realizá-las de forma conjunta e coordenada”, disse.

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