Uma mulher foi condenada por injúria discriminatória e racismo pelo juízo da 2ª Vara Criminal de Maringá. A sentença do juiz Devanir Manchini veio após quase dois anos, quando a mulher chamou dois jovens negros de “preto”, “macaco” e outros termos. A notícia foi divulgada há 225 dias por Victor Simião, da CBN.
O caso começou por conta de um problema envolvendo vagas em garagens em um prédio, no residencial Cidade Nova, em julho de 2018. Nilson Lucas Gabriel e a irmã dele deixaram as bicicletas em uma das vagas de estacionamento. Em algumas ocasiões, as bicicletas entraram na vaga da vizinha, que não gostou porque a situação aconteceu mais de uma vez. E aí ela ofendeu os jovens com palavras racistas. Um áudio gravou a fala da mulher.
Na decisão, o juiz aceitou um áudio que foi apresentado pela acusação. Além disso, declarou que as três testemunhas confirmaram os fatos. A acusada não tem passagens pela polícia, e a pena dela foi convertida em trabalho voluntário, além de multa – que ainda não foram estipulados.
A advogada Ana Caroline Salvalajo Dechiche, que representa os jovens, disse ter se sentido satisfeita com a pena. O motivo: a Justiça entendeu que houve racismo. A CBN Maringá entrou em contato com o advogado Renato Kumano, que defende a acusada. Ele disse que iria falar com a cliente e poderia atender a reportagem na tarde de quarta-feira (29). A condenação é em primeira instância, e a defesa já protocolou recurso. A acusada mudou de cidade.