O espectro do auxílio emergencial ronda o vereador Rafael Roza (Pros), de Maringá. Depois de ser revelado que ele recebeu R$ 4,2 mil do benefício da pandemia, apesar de se colocar nas redes sociais como empresário bem sucedido, surge a notícia de que pessoas de seu entorno também receberam o auxílio, como sua mãe, também empresária, e um assessor e sua genitora.

Dos cinco doadores de sua campanha a vereança, quatro doaram a mesma quantia cada (R$ 2,8 mil, total de R$ 11,2 mil). Dos cinco, três são da mesma família e também doaram valores iguais, somando R$ 8,4 mil. Quem mais doou para sua campanha foi a candidatura do candidato a prefeito do Pros, o deputado estadual Homero Figueiredo Lima e Marchese (R$ 3.667,82). O vereador declarou à Justiça Eleitoral que sua campanha recebeu doações totais de R$ 17.467,82.

O vereador, que ainda não respondeu questionamentos que lhe foram enviados na quarta-feira, confirmou em vídeo e em nota em suas redes sociais o recebimento dos valores, mas diz ter sido vítima de golpe. Não se tem conhecimento do registro do boletim de ocorrências para descobrir quem feita fraudado o pedido de auxílio em nome do vereador do Pros.

EMPRESÁRIA TAMBÉM RECEBEU – A mãe do vereador, a empresária Fátima Camacho Roza (foto acima), recebeu três parcelas do benefício no valor de R$ 600,00 em abril, maio e junho do ano passado. Ela é proprietária da Fátima Camacho Roza Análise e Recuperação de Créditos, desde 2016. em Sarandi. O e-mail de contato da empresa de recuperação de créditos junto à Receita Federal é o mesmo do vereado (rafael.roza@hotmail.com). Ele nem sua assessoria ainda não informaram se, no caso da mãe, o pedido do benefício em função da pandemia também foi ação de golpistas.

Mãe, filho e avó também doaram o mesmo valor cada para a campanha de Rafael Diego Roza Camacho. Arthur Henrique Oliynik de Oliveira, 19, e sua mãe Jackeline Oliynik doaram R$ 2,8 mil cada. Arthur, aos 19 anos, foi nomeado assessor de gabinete CCL-5; a nomeação aconteceu dia 5. O hoje assessor solicitou o auxílio emergencial em junho de 2020, mas este lhe foi negado, por não ter emprego formal e não receber seguro desemprego ou seguro defeso. Em 9 de agosto ele contestou, alegando que tinha direito, mas o benefício lhe foi novamente negado. No início de outubro, porém, ele doou R$ 2,8 mil para o então candidato a vereador, conforme o comprovante 90789.13.76910.PR.000001.E.

Jackeline Oliynik pediu o auxílio em 7 de abril; recebeu negativa e fez outro pedido em 12 de maio, que foi aceito. Ela então recebeu seis parcelas do benefício, entre agosto e dezembro últimos. Foram cinco parcelas de R$ 600,00 e uma de R$ 300,00, totalizando R$ 3,3 mil. Em 22 de outubro, mês em que recebeu R$ 600 do auxílio emergencial, ela doou R$ 2,8 mil ao empresário. Janes Maria Ferreira Oliynik, 73, mãe de Jackline e avó de Arthur, também doou R$ 2,8 mil, em 6 de novembro.

No gabinete do vereador do Pros também foi nomeado Vitor Alcazar de Matos – que, assim como Arthur fez parte da primeira legislatura do chamado Parlamento Jovem da Câmara de Maringá – , David Marlon da Silva (chefe de gabinete) e Danilo de Souza Cardoso. Alcazar também aparece comoi doador da campanha, com o mesmo valor doado pelos demais: R$ 2,8 mil.

(Foto: Marquinhos Oliveira/PMM)