A vereadora Cris Lauer (PSC) tem espalhado que Maringá escondeu onde foi para o dinheiro da covid enviado pelo governo federal. Bastaria ela (ou algum dos seus assessores pagos pelo contribuinte) acessar o hotsite específico no site da prefeitura, onde se encontram todos os dados dos gastos dos recursos públicos com a covid-19; o site foi inclusive elogiado publicamente pelo Tribunal de Contas do Paraná.

A estratégia de questionar a aplicação de recursos federais para o combate à covid-19 é uma campanha orquestrada nacionalmente por bolsonaristas, diante do aumento da cobrança da ação governamental em relação ao novo coronavírus. Fazem acusações genéricas, sem no entanto apresentar nenhum indício de irregularidade.

Mas deve dar trabalho à vereadora que dirigiu 740 dias sem CNH procurar a prestação de contas na internet. Ela tinha outra alternativa: comparecer à audiência pública do dia 23, onde tudo foi explicitado e as perguntas respondidas por cerca de 4 horas. Mas Lauer não foi. Estava em outra audiência, esta virtual, respondendo a processo no Juizado Especial Cível de indenização por danos morais por ter ofendido servidor público durante a campanha eleitoral. O chefe de gabinete da vereadora, Bruno Gimenes di Lascio, que poderia tê-la representado na audiência pública de prestação de contas do terceiro quadrimestre de 2020, não foi porque… estava com ela, atuando como seu advogado na audiência.

Ela também não apareceu na audiência pública sobre saúde, onde também foi falado sobre os gastos com covid, realizada no dia seguinte, 24, quarta-feira. Sua ausência rendeu-lhe um esfrega da vereadora Ana Lucia Rodrigues (PDT), na sessão ordinária de quinta-feira. Aguarda-se o pronunciamento de Cris Lauer sobre o que ela entende sobre mandato eletivo, cumprimento de obrigações de agente público e principalmente sobre moralidade pública.