Barros ataca educadores mais uma vez, diz sindicato

A APP-Sindicato distribuiu nota há pouco informando que educadores de escolas estaduais e da Universidade Estadual de Maringá se mobilizaram na manhã de hoje em frente ao escritório regional do deputado federal Ricardo Barros (PP) para repudiar o desrespeito do líder de Jair Bolsonaro em relação aos profissionais da educação. Reforçando sua postura, o deputado contratou um caminhão de som para atrapalhar o ato e insultar mais ainda a categoria.

De acordo com o Núcleo Sindical de Maringá, o ato foi organizado após a fala absurda do deputado em que acusava educadores de não trabalharem durante a pandemia. Em entrevista concedida à rede de televisão CNN Brasil nesta semana, Barros afirmou que “só professor que não quer trabalhar na pandemia”, desconsiderando todo o trabalho online realizado pela categoria durante o período.

A manifestação, que foi realizada de forma pacífica, respeitando o distanciamento social e as condições de higiene e biossegurança, foi bruscamente interrompida por assessores do deputado, que também contratou um caminhão de som que ficou em frente ao escritório tocando músicas com palavras de baixo calão em um volume altíssimo, que incomodava a população e os trabalhadores da região.

“Nossa mobilização acontecia pacificamente e organizadamente quando de repente um carro de som contratado pelo senhor deputado federal Ricardo Barros iniciou músicas que associavam a nossa imagem a palavrões símbolos ridículos e que humilhavam a nossa mobilização além de ter seus assessores de maneira grosseira agindo de forma ameaçadora tirando fotos de nossos rostos”, relatou André Tamiozzo, da direção executiva da APP-Sindicato Maringá.

Mesmo diante das humilhações ocasionadas por Ricardo Barros, que é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro pelo Ministério Público do Paraná, os educadores utilizaram um megafone para lembrar do trabalho dobrado que professores(as) têm feito durante a pandemia. “Digitalizamos livros, enviamos para os alunos, atendemos cada estudante praticamente o dia inteiro via WhatsApp e ainda damos aula pelo Google Meet. Como não estamos trabalhando, deputado? Na verdade estamos trabalhando muito mais do que antes!”, gritou o professor André Tamiozzo.

A aula pública, que havia sido programada pelos educadores foi cancelada devido ao ato de desrespeito do parlamentar, que tornava qualquer fala dos presentes inaudível.