Blackface em curso universitário gera protesto

Onze entidades promovem hoje às 18h30, em frente a UniFCV, um “protesto de denúncia com cunho educativo”, a propósito de um caso de blackface ocorrido no dia 13 durante uma aula do curso de Pedagogia daquele centro universitário, localizado na avenida Horácio Raccanellio, próximo ao terminal urbano de passageiros. De acordo com o disponibilizado pelos envolvidos pelo protesto em redes sociais, utilizando-se do livro infantil “Menina bonita do laço de fita”, de Ana Maria Machado, alunas “além de expressarem todo o seu racismo durante a realização da atividade, debocharam das acusações recebidas posteriormente na internet e minimizaram tal ocorrido”. O blackface era uma prática teatral de atores que se coloriam com o carvão de cortiça e tem raízes no racismo.

Os promotores do ato criticam também “a postura condescendente e de negação do ocorrido por parte do Centro Universitário Cidade Verde – UniFCV”, que “só reforça ainda mais a falta de comprometimento e de interesse por parte das instituições de ensino de encararem de frente a questão do racismo no país, reproduzindo em suas práticas de ensino o teor racista da sociedade brasileira e contribuindo para a manutenção dessa ordem social que hierarquiza, inferioriza e explora corpos negros, normalizando e naturalizando tais práticas racistas e operando como instrumentos que reforçam a dominação política de determinados grupos sociais sobre outros no país. O racismo, enquanto fenômeno e ideologia de inferiorização do negro e como elemento dinamizador e conformador das relações sociais no Brasil, precisa ser combatido em todas as suas expressões. Não aceitaremos que casos como esse fiquem impunes e que tais práticas se normalizem na cidade de Maringá sem que uma resposta contundente seja dada a altura! Blackface é racismo, e racismo é crime!”, diz o texto.

Toda a sociedade maringaense está convidado a participar do ato, organizado por coletivos, estudantes, trabalhadores, partidos e pessoas independentes. “Vá de máscara, leve seus cartazes e palavras de ordem e una-se a gente nesse grande grito contra o racismo na cidade de Maringá! Só a luta muda a vida!”, acrescenta.