Candidatos, aprendam a ser povo

A verdade é que nossa gente não quer saber se o voto será impresso ou eletrônico.

Tratamento precoce ou vacinação é assunto pra cientistas e pesquisadores e não pra governante despreparado em assunto que não lhe diz respeito, mas que custou as vidas de mais de meio milhão de irmãos nossos.

Os milhões de desempregados não querem saber se o futuro presidente será de direita, centro ou de esquerda. A maioria do povo nem sabe o que é isso.

Insistir em polêmicas semelhantes é o mesmo que provocar a rejeição de um povo cada vez mais sofrido. Aliás, mesmo os nomes dos presidenciáveis que despontam nas pesquisas de intenção de votos carregam nos ombros índices de rejeição sem precedentes na história de nossa república.

A verdade é que o clamor de nossa maioria sem voz e sem vez está longe das prioridades que desfilam nos debates de seus supostos representantes.

Em boa hora, a pesquisa Exame/Ideia, entre 18 e 23/03 e registrada no TSE, sob o número BR 04244/2022, captou onde estão de fato as inquietações de nossos anônimos que circulam por nossas ruas e avenidas ou que esperam nas filas intermináveis do “auxílio emergencial”. E o que eles querem do novo presidente está resumido assim:

Agora está fácil e é hora de afinar o discurso com as angústias reais dos silenciosos e anônimos eleitores que estão abdicando da esperança, mas que por amor aos filhos queriam um presidente preocupado com o recado que virou pesquisa.
O Brasil tem jeito. O difícil está sendo a falta de sintonia entre o mundo dos pequenos e humildes e os seus ditos representantes na contramão da simplicidade dos que nada pretendem, a não ser uma vida com um mínimo de dignidade.


(*) Tadeu França
Ex- deputado federal constituinte.