Aumento do número de vereadores faz presidente do Pros virar alvo de aliados

Pré-candidata a vereadora comanda atos antidemocráticos na frente do TG

Uma das principais lideranças do movimento antidemocrático em Maringá, a presidente da executiva municipal do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), Giselli Patrícia Caetano de Lima Bianchini, virou centro das atenções hoje em redes sociais. Ela foi criticada por aliados por não apoiar o movimento que era contra o aumento do número de vereadores.

Giselli é criticada em áudio por um “patriota” pelo fato de não se manifestar sobre o assunto. O homem fala que todas as integrantes do movimento Mais Mulheres pelo Poder foram consultadas para se posicionar em relação ao aumento do número de cadeiras, e que ela, integrante do grupo, não se posicionou.

“(Isso) significa que esse movimento defronte o Tiro de Guerra aí tá sendo liderado por uma pessoa que é a favor do aumento do número de cadeiras na Câmara Municipal de Maringá, porque se ela fosse contra teria votado contrário”, diz o correligionário (ou ex) acrescentando que na sessão de hoje no Legislativo, quando se votou pela segunda vez a adequação da quantidade de vereadores a partir da próxima legislatura, “a Giselli Bianchini e os líderes do movimento Patriotas não compareceram na Câmara Municipal para se posicionar contrário. Vi lá a Acim e uma meia dúzia de gato pingado de verde e amarelo, gente ligada à Cris Lauer”.

Apesar de o Pros ter integrado a coligação Brasil da Esperança, que apoiou Lula (PT), Giselli é bolsonarista e recebeu 16 parcelas do auxílio emergencial; ela declarou bens de mais de R$ 2.336.349,01, incluindo uma Ford Ranger, terrenos, casas e uma área de terras de 40.009,50m². Os bens declarados estão disponíveis no site do TSE desde que foi aprovada em convenção e candidata a deputada estadual, este ano (fez 6.201 votos, ocupando a 7ª suplência do partido, o mesmo do vereador Rafael Diego Roza Camacho. Ela é tida como pré-candidata a vereadora em 2024 e lidera o movimento de bolsonaristas radicais defronte o Tiro de Guerra, comandando pessoas do alto de um trio elétrico com gritos como “Forças Armadas salvem o Brasil”.

As cobranças dos próprios “patriotas” contra Giselli podem aumentar com a divulgação de que ela foi beneficiária do auxílio emergencial. Em maio de 2021, no mesmo mês em que recebeu R$ 250,00 de auxílio emergencial do governo federal (parcela 11ª), ela postou em redes sociais fotos em que presenteia familiares com produtos de grife. Entre abril de 2020 e outubro de 2021, a presidente do Pros e que está à frente de uma organização política chamada Patriotas Conservadores de Maringá, recebeu R$ 5.950,00 via Extracad. O auxílio emergencial atingiu beneficiários do grupo Bolsa Família, Inscrito no Cadastro Único (CadÚnico) ou Não Inscrito no Cadastro Único (ExtraCad). Seu marido, Junior Cesar Lopes Bianchini, recebeu R$ 3,9 mil em benefícios, de acordo com o Portal da Transparência, entre maio e dezembro de 2020. Ontem ele postou numa rede social, ao lado de um pastor, “49 dias na frente do Tiro de Guerra”.

Em suas redes sociais, Giselli posta fotos de uma vida pomposa e se define como mãe, esposa, advogada, corretora de imóveis, empresária, patriota e conservadora. Além dos atos na frente do TG, na avenida Mandacaru, ela também comanda um programa na RTV Canal 10, que já foi questionado por fazer possível campanha irregular para o presidente Bolsonaro. O MN entrou em contato com a presidente do Pros, mas ela não se manifestou.

PS – No dia 20 a GB Assessoria esclareceu: “No primeiro ano do auxílio emergencial eu estava casado e fazia minha declaração de IR pondo a cônjuge como dependente. Ela, sem vínculo empregatício, recebeu o auxílio, que veio na na minha conta bancária, informada na declaração. Acabou caindo na minha conta algumas parcelas, as quais foram devolvidas posteriormente, devidamente corrigidas”.

Integrantes de MMNP`, na OAB, em junho passado: entidade foi a favor do aumento no Legislativo