Centro de eventos deve consumir mais de R$ 65 milhões em recursos públicos
O Centro de Eventos Oscar Niemeyer será a primeira empreitada da Secretaria Municipal de Aceleração Econômica e Turismo sob a direção do vice-prefeito Edson Ribeiro Scabora (MDB). A obra foi solicitada pela Saet e o processamento dá-se pela Secretaria Municipal de Obras Públicas.
A concorrência para a contratação da empreiteira está marcada para o dia 8, às 9h, e o valor máximo a ser pago será de R$ 60.505.932,55. A maior parte dos recursos (R$ 43.096.742,00) virá da Caixa Econômica Federal. Segundo a prefeitura, já estão garantidos R$ 20 milhões do Ministério do Turismo e há promessa de mais R$ 23 milhões no orçamento de 2024.
A contrapartida da prefeitura poderá chegar a R$ 17.409.190,55, valor pouco menor que a Serrana Engenharia receberá para fazer o recebimento e destinação final do lixo domiciliar, e maior que o foi devolvido pela Justiça Federal do desvio praticado pelo ex-secretário de Fazenda, Luiz Antonbio Paolicchi (R$ 10 milhões).
O Centro de Eventos Oscar Niemeyer deverá ser construído em cerca de três anos e ao final terá consumido ao menos R$ 65.430.420,30 dos cofres públicos. Esse valor leva em consideração os projetos, o anteprojeto e consultoria contratados em 1986, através da Urbanização de Maringá (Urbamar), quando o atual deputado federal licenciado Ricardo Barros era diretor, na gestão Said Ferreira, e em 1991, quando o atual secretário de Indústria, Comércio e Serviços do Paraná era o prefeito da cidade.
Nessas duas ocasiões os contratos foram feitos junto ao escritório de Niemeyer e, em 2021, pela atual administração com o Instituto Social Oscar Niemeyer de Projetos e Pesquisas, com inexigibilidade de licitação. Com a atualização pelo IPCA, os três somam R$ 4.984.477,60.
O centro de eventos será construído em área total de 15.663,99 metros quadrados, na esquina das avenidas Herval com Horácio Raccanello e João Paulino Vieira Filho, com 11.013,95 metros quadrados de área construída. Este é o terceiro projeto para o hoje chamado Novo Centro; os dois anteriores fariam parte do Ágora.
A primeira versão previa grande espaço verde, poucos prédios altos, focado na humanização da área. Descartada por causa do custo, um novo projeto foi feito e previa prédios de uso público e privados em três glebas, mas também não saiu do papel. Desde 1993 o local é um estacionamento de veículos, assim como o espaço onde havia a Estação Rodoviária Municipal construída em 1962.
A construção que será licitada no dia 8, a partir novamente de iniciativa do parlamentar do PP, em parceria com a administração, terá estacionamento, áreas técnicas, enfermaria, camarins, vestiários, sanitários, alas de exposições, biblioteca, área multiuso, depósitos, acessos e jardins no subsolo; praça de eventos, palcos externo e interno, bar, foyer, hall, sanitários, acessos e jardins no térreo; plateia, sala de comandos com cabine de luz, sala de administração, copa, sanitários, depósito, ático e acessos nos pavimentos superiores.
Em forma de livro, o novo prédio ficará a poucas quadras do Cine Teatro Plaza, na travessa Guilherme de Almeida, adquirido pela administração em 1990, foi pouco utilizado e virou banheiro público. Em 2018 anunciou-se a intenção da prefeitura revitalizar o local, mas o prédio permanece fechado.
Imagem: PMM