Nasce o MUV

Museu social e cultural foi criado por alguns moradores do João de Barro I e Santa Felicidade

O Museu da Vilinha é um museu social e cultural comunitário criado por alguns moradores dos conjuntos João de Barro I e Santa Felicidade, com a missão de preservar a memória desses dois bairros, cuja vida está ligada à história de desenvolvimento de Maringá. O MUV reúne professores, pedagogos, geógrafos, historiadores e sociólogos, que apoiam o projeto do Museu da Vilinha no longo prazo.

Os bairros abrangidos na proposta têm significado histórico porque são frutos da lutas de seus moradores por melhores condições de vida e de moradia, revelando anos de diferentes reivindicações junto aos órgãos públicos que resultaram em bairros cheios de vida, alegria de seus moradores, trabalhadores, mulheres, homens e crianças orgulhosos de suas trajetórias de lutas e vitórias. Nesse sentido, o Museu da Vilinha ganha relevância como patrimônio cultural da cidade, incentivando a preservação da memória e história do bairro. Trata-se de criar um registro histórico, cultural e emocional da comunidade.

Segundo Chagas (1985), museu é uma ligação entre o passado e o futuro, onde no mesmo deve prevalecer seu caráter social e educativo. Almandrade (2008) define como edificação capaz de abrigar muito mais que inaugurações de exposições, seu papel é de suma importância na vida urbana e na cultura do país. São importantes instrumentos para a formação cultural de uma sociedade, pois, educam, informam e, preservam a memória de uma cidade ou país.

A memória da periferia é parte da memória da cidade. Iniciativas deste tipo são relevantes para contribuir na identidade coletiva da produção de bairros, sobretudo, como mencionamos, naqueles em que ter acesso a serviços adequados decorre de muita luta coletiva, como é o caso dos bairros reunidos nessa iniciativa. O registro deles é também registro de luta e resistência.

Além do significado para os próprios moradores, é fundamental que demais moradores e inclusive turistas e visitantes da cidade possam conhecer as várias faces da realidade da cidade devidamente registradas. Sem isso, parte da história da produção da cidade fica oculta, silenciada.

Essa iniciativa tem o valor de construir uma memória da realidade da periferia, significativa para os seus moradores. Ao mesmo tempo, pode criar uma abertura para a aproximação com outros segmentos sociais, contribuindo para desconstruir estigmas produzidos há décadas.