Prefeitura vai emprestar R$ 200 milhões

Parte do dinheiro será para custear centro de eventos e eixo monumental

Apesar de ostentar superávit, o município de Maringá vai contrair com empréstimo de R$ 200 milhões junto à Caixa Econômica Federal algumas de suas obras mais polêmicas, como o eixo monumental e o centro de eventos Oscar Niemeyer, proposto pelo deputado federal licenciado Ricardo Barros (PP). Enquanto ele destinou emenda parlamentar de R$ 25 milhões, o restante da obra de quase R$ 66 milhões sairá de empréstimo.

Já a primeira etapa do eixo monumental custará cerca de R$ 49 milhões, sendo mais de R$ 30 milhões do empréstimo pelo programa Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), da Caixa. As duas obras, que passam de R$ 116 milhões, e ao menos uma delas será construída pela Sial Construções Civis, que tem ligações com os Barros, tendo construído o terminal urbano de passageiros. Um carro da empresa chegou a ser colocado à disposição da mulher do então prefeito Silvio Barros II (PP) e um documento que envolve uma obra residencial da construtora simplesmente desapareceu das mãos do ex-prefeito.

De acordo com a mensagem assinada dia 22 e enviada para a Câmara de Maringá, Ulisses Maia (PSD) não detalha os valores que serão disponibilizados para as obras, citando apenas que os R$ 200 milhões a serem objeto de operação de crédito servirão para investimentos na ampliação e/ou reforma no prédio do Hospital Municipal; construção do Centro de Eventos Oscar Niemeyer; melhorias em espaços esportivos e de lazer (Centros Esportivos); implantação Eixo Monumental; infraestrutura turística; melhorias no Parque do Japão; revitalização do Parque Alfredo Nyffeller; manutenção de pavimentação asfáltica, galerias pluviais e drenagem; reforma e ampliação das UPAs e Policlínica; construção do Centro de Desenvolvimento de Vôlei de Praia; aquisição e instalação de câmeras de monitoramento; restaurante popular do Jardim Alvorada; e construção do Condomínio da Pessoa com Deficiência – PCD.

O Centro de Desenvolvimento de Vôlei de Praia foi “adotado” recentemente pela administração. Inicialmente, vinha captando recursos pela lei federal de incentivo ao esporte. Os juros do empréstimo serão de 15,34%, a valores de hoje, pois está vinculado ao Certificado de Depósito Interbancário, que tende a acompanhar a taxa Selic.

“O desembolso desse financiamento se estende ao longo de dois anos, com a
particularidade de que os juros e taxas são aplicados exclusivamente sobre o montante efetivamente liberado. Além disso, a amplitude dos itens financiáveis abrange praticamente todas as despesas de capital e opções como investimento. Esse arranjo oferece uma vantagem temporal flexível para o Município, enquanto a incidência de encargos apenas sobre o capital
efetivamente utilizado contribui para a otimização dos custos associados.
Importante frisar que a operação não tem o condão de comprometer as despesas e o cofre do município, permitindo o desenvolvimento econômico e social por meio de recursos que impactam diretamente na geração de emprego e renda e na qualidade de vida da população”, diz o texto feito pela sua assessoria.

O prefeito reuniu-se recentemente com os vereadores para explicar os objetivos do novo empréstimo.