A investigação de irregularidades na Secretaria Municipal de Saúde (foto) pode se deparar com casos interessantes de ex-servidores que tiveram ou têm o nome usado indevidamente para receber dinheiro do governo federal como se fossem ACSs e ACEs em atividade
A possibilidade de uma “pedalada” no Programa Saúde da Família em Maringá, levantada ontem durante audiência pública pelo vereador Sidnei Telles (Avante), tem, aparentemente, tudo para se tornar o assunto dos próximos meses.
Levantamentos feitos aleatoriamente mostram, por exemplo, que uma agente comunitária de saúde lotada na UBS do Jardim Quebec, que deixou a prefeitura em 21 de julho de 2022 (quando recebeu vencimentos de R$ 7.668,02), consta do site do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde como tendo vínculo empregatício com o município de Maringá.
Caso semelhante foi verificado com uma ex-agente ambiental, que na lista do CNES aparece como trabalhando na UBS do Jardim Aclimação, mesmo tendo deixado a Prefeitura de Maringá em 4 de novembro de 2021; seu último vencimento, naquele mês, foi de R$ 1.630,44. Na lista do CNES, porém, seu nome está ativo, constando como agente de combate às endemias, também com vínculo com o município; seu último pagamento foi feito em janeiro deste ano.
Um possível erro não é descartado, e estima-se pode atingir centenas de ex-servidores e ex-estagiários. O caso será inicialmente verificado pelo Legislativo, mas circula que ao menos dois pedidos para investigação por parte do Ministério Público Federal já teriam sido feitos, uma vez que se trata de verba federal.
Ontem, ao responder o vereador Telles, o secretário Clóvis Augusto Melo disse desconhecer qualquer denúncia sobre o assunto.
Foto: Google Street View