Cidades no entorno de Maringá fazem CPI; aqui, denúncia envolvendo suspeita de servidores fantasmas no Programa Saúde da Família ainda não sensibilizou todos os vereadores; seis deles participaram da audiência pública em que so secretário Clóvis Melo (foto) alegou desconhecer o fato
Em Sarandi, o prefeito Walter Volpato, que cumpre o segundo mandato seguido e portanto não disputará a reeleição, foi informado de que a Câmara Municipal vai discutir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para tratar do direcionamento de licitações, alvo de ação realizada esta semana pelo Gaeco.
Em Mandaguaçu, onde o prefeito Maurício Aparecido da Silva, o Índio, também está no segundo mandato, uma CPI foi instaurada para apurar os processos de aquisição de kits de materiais didáticos e capacitação nos últimos três anos. Também dá-se como certa a abertura de uma segunda CPI, nos próximos dias.
Em Maringá, durante a audiência pública do terceiro quadrimestre da saúde, soube-se da suposta existência de centenas de servidores fantasmas nas equipes do Programa Saúde da Família. Vários nomes que constam como sendo agentes comunitários de saúde e de endemias, recebendo mensalmente no governo federal, não estão trabalhando há anos. O caso pode ir além, para outras funções: hoje surgiu a informação de que uma auxiliar de Enfermagem que não reside mais em Maringá também consta da relação, que é encaminhada pelo município para que a União pague. No entanto, de acordo com o próprio secretário Clóvis Augusto Melo, que alegou desconhecimento de irregularidades, o município chega a bancar 90% do custeio das equipes do PSF.
Apesar da gravidade da suspeita, nenhum vereador manifestou publicamente a intenção de investigar o caso através da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Vereadores da base e que teriam sido contemplados com a possibilidade de indicar obras a serem iniciadas ainda neste ano eleitoral fogem do assunto. No entanto, soube-se que o Ministério Público Federal foi acionado.
Há informações de que a estratégia não é nova e teria sido implantada há mais de 10 anos, uma espécie de “pedalada” com informações falsas levadas à União. Uma investigação poderia mostrar quais os gestores que eventualmente prevaricaram.
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