Fraude à cota de gênero definiu retotalização

Em Maringá, 19 candidatos a vereador em 2020 tiveram votação baixa; quatro não tiveram voto nenhum. No entanto, TSE aceitou recurso do Podemos, que deve tirar mandato do Dr. Manoel (PL), que fez 1.563 votos

A retotalização dos votos para vereador das eleições de 2020, marcada para o dia 1º às 14h, na sede do Fórum Eleitoral, na avenida Gastão Vidigal, é resultado de recurso especial eleitoral feito pelo Podemos de Maringá; o objetivo é, com a recontagem, tirar a vaga de Dr. Manoel Álvares Sobrinho, único eleito pelo PL, com 1.563 votos, e colocar o ex-vereador Jean Carlos Marques Silva (que recebeu 1.774 votos, pelo Podemos) na Câmara, onde cumpriria sete meses do restante desta legislatura. Foram anulados os votos obtidos por todos os candidatos a vereador pelo PL.

De acordo com o edital publicado pela 192ª Zona Eleitoral, assinado pelo juiz Nicola Frascati Junior, da 192ª Zona Eleitoral, acompanharão a nova totalização (que implicará na mudança dos quocientes eleitoral e partidário) representantes de partidos políticos/federações, o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil.

A convocação para a recontagem lembrou que a decisão determinava o cumprimento imediato da decisão, “independente de publicação do acórdão, nos termos do voto da relatora”. A relatora no Tribunal Superior Eleitoral foi a ministra Cármen Lúcia.

O motivo da ação de impugnação de mandate eletivo foi a fraude à cota de gênero. Há jurisprudência do TSE para a caracterização de fraude, e por isso o recurso mudou decisão anterior do Tribunal Regional Eleitoral. “Pelo quadro fático delineado no acórdão e constante da decisão agravada, conclui-se que a decisão proferida pelo Tribunal de origem não se harmoniza com a orientação deste Tribunal Superior. Pela jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, a comprovação da concomitância de a) votação zerada ou inexpressiva, b) não realização de atos de campanha em benefício próprio e c) ausência de movimentação financeira relevante ou prestação de contas zerada é suficiente para a caracterização da fraude à cota de gênero”, diz trecho do acórdão, aprovado no dia 14. No dia 20 a Justiça Eleitoral de Maringá fez a comunicação oficial.

A denúncia focou no caso de Rosely de Lourdes de França, que foi candidata pelo PL e fez 2 votos. Há, no entanto, outros 18 ex-candidatos a vereador em 2020 tiveram baixa votação.

NOMEPARTIDOVOTAÇÃO
Paulo GarçomPT7
Timbó do SilaneiroPodemos6
Elaine IgnottiAvante5
Rose FrançaPL2
Larissa SimardiPSC2
JosiPatriota10
Elza PicoloDEM7
Kellen VosniakPatriota6
Cícero JabáPT4
Velcimone RibeiroPTC3
Patrícia NevesPTC3
Margareth MoraesDEM1
Sinval de CastroPTC1
Thainara SantosPTC1
Gustavo AcetiPTC1
Maria AlvesCidadania0
Madalena AparecidaPTC0
Edinalva da SilvaPTC0
Gabriel da SilvaPTC0