Merendeira do Colégio Gastão Vidigal usou camiseta com símbolo nazista ao servir lanche de entrada no Colégio Gastão Vidigal; alunos postaram a foto em redes sociais. A mulher disse ter recebido a camiseta em campanha de doação e que não sabia o significado do símbolo nazista e os dizeres da camiseta

Uma funcionária terceirizada do Colégio Estadual Dr. Gastão Vidigal, um dos mais tradicionais da rede estadual de ensino em Maringá, fundado em 1953, foi trabalhar hoje usando uma camiseta com uma suástica e a frase “Viva a santa raça ariana”. Fazer apologia ao nazismo é crime no Brasil.

Houve reação de alunos, que fizeram postagens em redes sociais, e o diretor do estabelecimento, Sergio Martinhago, encaminhou ofício ao delegado-chefe da 9ª Subdivisão Policial, depois de constatar que a mulher não sabia o que significavam a frase e o símbolo, que remete a Adolf Hitler. No ofício encaminhado à Polícia Civil o diretor solicitou orientação de como proceder nessa situação.

A situação foi notada por volta das 7h10, quando a merendeira D. F. O. servia o lanche da entrada. A diretora auxiliar, Valéria Garcia Fernandes Leite, ao perceber imediatamente solicitou à funcionária que tirasse a camiseta, “bem como, explicou a mesma o que significa o símbolo e os dizeres contidos” em sua camiseta”. A mulher “ficou perplexa, pois não tinha conhecimento sobre tal. Afirmou ter ganhado várias roupas usadas, que lhes foram doadas em momentos diferentes. Portanto, não soube explicar a origem da mesma. Neste momento, havia alguns alunos próximos, servindo-se do lanche e presenciaram as orientações que a diretora auxiliar repassava à funcionária. Mais tarde, tivemos conhecimento que alguns alunos tiraram fotos e postaram nas redes sociais, sem permissão da equipe gestora”, diz o ofício.

De acordo com nota da Secretaria de Estado da Educação, “a direção orientou uma funcionária terceirizada a efetuar a troca de uma camiseta que usava, com frases e símbolos que faziam apologia ao nazismo. Apesar da colaboradora ter afirmado desconhecimento do caráter criminoso de sua conduta, a direção a advertiu, esclarecendo o conteúdo da lei 7.716/1989, que tipifica como crime passível de prisão, o ato de usar símbolos, distribuir emblemas ou fazer propaganda do regime”.

Continua a nota: “A Secretaria de Estado da Educação do Paraná reitera firme posição contra qualquer forma de apologia ao nazismo, considerando-a grave afronta aos valores democráticos e aos direitos humanos, não sendo tolerado – no ambiente escolar – quaisquer manifestações neste sentido.

A funcionária é terceirizada, não fazendo parte do quadro de colaboradores ou servidores da Secretaria de Estado da Educação. Quaisquer medidas em seara trabalhista caberão à empresa responsável pela gestão contratual da colaboradora. Em relação à demissão somente a empresa terceirizada poderá responder.

Segundo ata oficializada, a funcionária afirmou não ter conhecimento sobre os dizeres da camiseta tampouco o seu significado. Afirmou ainda que a peça foi doada, numa leva de roupas usadas entregues à doação”.

Foto: Redes sociais