Trimestralidade: parcela de R$ 31 milhões beneficia 15 ex-servidores e herdeiros

Herança de Ricardo Barros, que deixou de dar reajuste aos servidores em 1991, beneficiou ontem ex-servidores e herdeiros com mais de R$ 31 milhões; total do calote passou de R$ 120 milhões

Graças ao deputado federal licenciado Ricardo Barros (PP), irmão mais novo do pré-candidato a prefeito Silvio Barros II (PP), alguns maringaenses estão se tornando milionários em Maringá. Quem paga é o contribuinte, claro.

É que ontem foram liberados mais de R$ 31 milhões originados do erário para pagar os que entraram na justiça reivindicando o reajuste trimestral que o então prefeito de Maringá negou ao funcionalismo. Em 2022, o valor total do calote aos servidores na administração Barros passava de R$ 120 milhões.

Foram beneficiados com o levantamento de alvará de pagamento 15 ex-funcionários públicos, incluindo dois ex-vereadores, um deles já falecido, com total de R$ 1.947.549,24 e R$ 1.476.740,04, respectivamente. A maioria é formada por ex-servidores concursados e 10 deles receberam entre R$ 2,1 e R$ 2,4 milhões de créditos, com honorários advocatícios de 25%. Dos 15, 10 já faleceram e foram pagos aos herdeiros.

O PP elegeu-se três vezes em Maringá prometendo pagar a dívida da trimestralidade: Silvio Barros II (2004 e 2008) e Carlos Roberto Pupin (2012), mas foi somente em 2017, na primeira gestão Ulisses Maia (PSD), que houve acordo com os autores das ações (mais de 3 mil servidores). Primeiramente foram pagas as parcelas de quem ganhava menos e neste ano será liquidado o restante dos milhões. A trimestralidade é uma herança da gestão Ricardo Barros, que negou-se a repassar o reajuste legal ao funcionalismo

A ação é resultado da revogação de lei de reajuste salarial trimestral em 1991, por isso o uso do termo trimestralidade. As correções dos pouco mais de 36% resultaram em um montante de dezenas de milhões, acordado em R$ 70 milhões entre a Prefeitura e os servidores.