Opulência e extravagância de convenções geram desconforto em eleitor trabalhador
Nem bem começou a campanha, oficialmente, e já podemos antever os rios e prainhas de dinheiro que correrão pelas veias abertas da Cidade Canção. Prova disso são a pompa, esbanjamento e circunstância da maioria das convenções realizadas até aqui, dignas de nababos.
Tudo custa: bandeirolas, fogos de artifício, aluguel de salões (já que a maioria abriu mão da possibilidade legal do uso de prédios públicos), painéis gigantescos de led e transmissão de imagem até na tribuna, drones, locação de iluminação profissional, sistema de som wi-fi, tecnologia de ponta, maquiagem, trabalhadores para atendimento ao público, camarim e muito, mas muito dinheiro, em produção de material para as redes e impulsionamento. Teve quem gastou quase R$ 500 mil reais só na convenção, que é um mero ato protocolar.
Para marqueteiro que quer fazer barulho, tudo é motivo para um flash e, para candidato que perdeu a noção de quanto vale o dinheiro, o céu é o limite.
Aos de perfil coaching de Jesus ou aos que entopem seus gabinetes de pastores para orações matinais, é bom lembrar Mateus 18, 6-7.
Não há uma roda, em qualquer ponto de ônibus, bar, banco ou igreja onde não tenha trabalhador desconfiado e indignado com os excessos de gastos nessa arrancada eleitoral.
Para o trabalhador que sabe quanto valem R$ 100 no supermercado, ou na hora de pagar uma prestação, é escandalizante ver alguém rasgando dinheiro, esbanjando pelo prazer de esbanjar.
Nenhum trabalhador, em sã consciência, entregaria as finanças de sua casa a quem só toma Veuve Clicquot, ou a gestão de sua cidade para quem permite gastar meio milhão em uma convenção, ou R$ 30 mil em banner para que a inauguração de uma obra se torne mais instagramável.