Um fio de ligação

Documento publicado erroneamente no Diário Oficial há 13 anos veiculou nome de doador de campanha do PP da família Barros
Há 13 anos, como relembrado dias atrás, um edital de termo de compromisso da comarca de Cianorte foi publicado no Órgão Oficial do Município, na gestão Silvio Barros (PP) e até hoje a publicação não foi esclarecida, já que o hoje Diário Oficial somente serve para publicações oficiais do município de Maringá.
Um dado interessante, levantado recentemente, é que a pessoa citada naquele edital, Marcelo Rodrigues de Oliveira, inventariante do espólio de seu pai, é um dos maiores doadores do PP, cujo tesoureiro nacional é o deputado federal licenciado Ricardo Barros (PP), secretário de Indústria, Comércio e Serviços de Ratinho Junior (PSD).
De acordo com o site da Justiça Eleitoral, somente em 2022, o empresário – dono da Ciapetro, de Cianorte – doou R$ 2,4 milhões para o diretório nacional. Naquela campanha, Ricardo Barros recebeu R$ 750 mil do partido para a campanha a deputado federal e sua filha, Maria Victoria Borghetti Barros (PP), outros R$ 750 mil para a campanha à Assembleia Legislativa. O marido da deputada, Diego Campos, é advogado do empresário doador em processos que tramitam no Rio Grande do Sul.
Marcelo também é proprietário da MHA Incorporações Imobiliária Ltda. (sic) e utilizou a empresa para se habilitar no inventário do empresário Juarez Artur Arantes, que adquiriu as propriedades em 2003, cobrando o pagamento de IPTU referente aos imóveis da antiga Sanbra, comprados pela Bunge e vendidos a Juarez, falecido em 2021.
Em dezembro de 2019, a empresa entrou no processo da Bunge processo de nº 0005310.42.2005.8.16.0017 na 2ª Vara Cível, através de um termo de direitos e obrigações, assinado por um ex-funcionário da multinacional, sem juntar procuração da Bunge, sem valor e autorizando aos advogados que somente pudessem receber intimações e publicações. Um dos herdeiros, Juarezinho, que busca justiça em relação aos imóveis que pertencem ao seu pai, considera que houve fraude e que Ricardo Barros seria sócio oculto na MHA.