Decisão pela perda de direitos políticos resulta de ação que tramitou 18 anos e foi tomada anteontem pelo Tribunal de Justiça do Paraná, a partir de iniciativa do Ministério Público Eleitoral

O ex-vereador Odair Ferreira Lima, o Odair Fogueteiro (PP), em áudio que circula em grupos de aplicativos de mensagens, disse que, ao contrário do que a imprensa divulgou ontem, não está inelegível. “Nada disso procede. Nós temos um grupo da esquerda que está tentando bloquear as candidaturas aí”, disse ele, esquecendo que a ação tramita desde 2006 e foi ajuizada pelo Ministério Público Estadual (Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público) e não por alguém da esquerda, nem da direita.

Fogueteiro, que assim como o ex-vereador Zebrão (Republicanos) e os atuais vereadores Altamir da Lotérica (PSDB) e Belino Bravin Filho (PP) tiveram os direitos políticos cassados há anos e confirmados esta semana pela 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, afirma no áudio que “hoje vamos tratar disso” e que, novamente, “não procede”.

Segundo ele, o que houve foi que “uma desembargadora substituta de Curitiba que colocou que nós temos que pagar uma multa sobre o tal do nepotismo desde 2005, só que entrou também perda de direito político, mas nós não perdemos nossos direitos políticos, nossos direitos políticos permanecem e eles estão fazendo um inferno que deus nos livre nas nossas vidas aqui”. Voltou a dizer que o teor do acórdão (decisão de colegiado e não de uma desembargadora, que fez o relatório) “não procede”, que está trabalhando normal e vai ter uma ação grande na imprensa “corrigindo tudo isso, essas conversas aí, que a esquerda está plantando na cidade de Maringá”.

Para um ex-vereador, chamar indiretamente o Ministério Público Estadual e os desembargadores da 4ª Câmara Cível do TJPR de “esquerda” não parece ser uma boa tática, pois não condiz com a verdade.