Em áudio, Cris Lauer confirma que contratou chefe de gabinete para ser seu advogado
Da vereadora ao seu ex-chefe de gabinete, pago com dinheiro público e que ela usava para assuntos particulares: “Claro que você não ia ficar sendo meu advogado eternamente de graça. Não era isso, porque não é nenhum de graça. Isso aí aconteceu na época que ainda a gente estava no trabalho e aonde o seu salário era muito bom, muito bom mesmo pelo serviço que nunca foi desempenhado, tá”
A vereadora Cristianne Costa Lauer (Partido Novo), que esta semana entra na fase decisiva sobre seu processo de cassação por falta de decoro parlamentar (ela é acusada pelo Ministério Público de enriquecimento ilícito, ao utilizar servidor público ocupante de cargo comissionado para tarefas particulares), admite a acusação em áudio obtido na íntegra pelo MN (confira ao final). A mensagem foi enviada ao ex-chefe de gabinete, advogado Bruno Di Lascio, que recebeu recursos públicos através da vereadora para atuar em sua defesa pessoal.
De acordo com o teor da mensagem enviada por aplicativo, é possível constatar a confissão dela sobre os fatos narrados na representação do PT, na Câmara Municipal. A vereadora fala explicitamente que tinha um acordo com o advogado, até então seu chefe da gabinete, para que ele advogasse para ela em troca do cargo.
No áudio, ela fala de valores; ele teria recebido mais de R$ 60 mil para trabalhar para ela. Cris Lauer enviou o áudio ao ex-assessor após ter sido avisada por ele que, como não era mais chefe de gabinete, não poderia continuar advogando pra ela, que teria que contratar um advogado e pagar pelos serviços. O áudio estava guardado, mas chegou o momento de ser revelado. Desde a noite de ontem ele está circulando em aplicativos de mensagens onde questiona-se a posição do Partido Novo em relação ao caso.
No áudio ela fala da insatisfação e que ela acreditava que o ex-chefe de gabinete deveria ser grato a ela por ter recebido mais de R$ 60 mil de salário para advogar, e que ele nunca exerceu de fato o papel da chefia de gabinete, conforme Cris mesmo fala, deixando claro que existia um acordo entre os dois para que seu principal assessor, Bruno, advogasse para ela em troca do cargo e do salário. “E a pergunta
O texto – A vereadora Cris Lauer (Partido Novo) não é honesta como diz ser. É até uma surpresa o partido Novo ter aceitado sua filiação, tendo o histórico ruim que ela tem. A paladina da moral, que vive atacando e acusando todos sem nenhuma prova sequer (inclusive outros vereadores), não passa de uma farsa.
Cris Lauer esta sendo processada pelo Ministério Público por cometer atos de improbidade administrativa (utilizar servidor público para obter vantagem econômica de mais de R$ 20mil, o qual era obrigado a prestar serviços advocatícios particulares para ela em troca de um cargo em seu gabinete), conforme processo judicial nº 0011967-67.2022.8.16.0190 (de ação civil pública que esta correndo na 1ª Vara da Fazenda Pública de Maringá). As provas no processo são inquestionáveis. Afinal, o assessor, que era obrigado a também ser advogado da vereadora, por mais de uma vez praticou atos como advogado durante o expediente na Câmara de Vereadores. O próprio depoimento do assessor comprova que ele não tinha opção: ou advogava de graça ou seria chutado imediatamente para fora do gabinete. Na Câmara de Vereadores também esta correndo o processo de cassação de Cris Lauer; afinal, não se pode admitir que alguém fique usando servidor público para benefício pessoal, como ocorreu no caso dela. Isso porque, ao obrigar seu assessor de gabinete a advogar de graça para ela em seus processos pessoais, a vereadora economizou mais de R$ 20mil. Cris Lauer sempre negou o fato; mas, o que esperar de uma mentirosa? Só que as provas no processo judicial do Ministério Público provar que ela teve vantagem econômica, em prejuízo dos cofres públicos”. A assessoria da vereadora está à disposição para se manifestar a respeito, embora ela não tenha boas relações com a maioria da imprensa local.
Degravação – O vídeo abaixo traz um trecho do áudio, mas confirma agora o teor de todo ele:
Oi Bruno, ok, você saiu, entendi, se você estivesse lá no gabinete teria o acordo. É o seguinte, eu fico, na minha cabeça, na minha inocente cabeça, você já me conhecia um pouco, trabalhou, eu sempre fico achando que as pessoas podem se atentar a fatos assim, a ter gratidão, ou ver alguma coisa ou reconhecer, né, foram 8 meses e pouco que você trabalhou ali, como chefe de gabinete.
É inquestionável o teu papel como advogado, agora vamos falar chefe de gabinete. Eu não trabalho com o valor bruto de salário, porque a gente não vive do bruto, a gente vive do líquido, então pegando o salário multiplicando por cima, deu quase 60 mil reais em 8 meses e pouquinho, fora o acerto, porque com certeza não fui ver com a Damaris quanto que foi o acerto, mas tinha 13º, férias e tal, então passou de 60 mil.
E você sabe que eu não tive um chefe de gabinete, né, quantas vezes foi que a Andressa chorou, quantas vezes foi a Johnny, desfez a Johnny, desfez Leonardo, sabe, nunca fez uma reunião com aquela turma, nunca fez nada, né, na época que a Poliana saiu, eu te entreguei o papel naquele dia que eu falei com a Poliana, eu falei, ó, função do chefe de gabinete, ainda você teve mais alguns meses, né, então assim,
eu fico pensando na minha cabeça, eu fiquei imaginando assim, bom, vai ter esses três processos ainda que nós temos caminhando, né, eu acho que o Bruno vai reconhecer que foram muitos e muitos meses sentado naquela mesa, me desculpa, mas sentado naquela mesa com o fone de ouvido sem ter noção do que acontecia no gabinete, e eu ali me lascando sozinho, até o David, o Arthur, todo mundo que dava um apoio ali pra mim em questão de…de ali na sessão, algumas coisas, porque você não interagia, você ficava na sua, né? Mas ok, isso daí você vai falar pra mim, é passado, o que foi, foi, se você aceitou, era assim, né? Então em relação ao teu colega de trabalho, a este valor eu não tenho, eu não tenho, pra dar [R$] 1.100 agora e [R$] 1.100 se ganhar, não, eu vou ganhar, Deus é justo comigo, né?
Ele é justo, não é comigo, com quem anda certo, então eu vou ganhar, mas eu acho um custo alto, então eu vou ver uma pessoa, não passou o David na minha cabeça, né? Mas eu vou com certeza, eu vou atrás de um pessoa conhecida, alguém que possa ver isso, Bruno.
Então eu fiquei um pouco chocada sim, porque eu esperava. Claro que você não ia ficar sendo o meu advogado eternamente de graça, não era isso, porque não é nenhum de graça, isso aí aconteceu na época que ainda a gente estava no trabalho e aonde o seu salário era muito bom, muito bom mesmo pelo serviço que nunca foi desempenhado, tá. Mas eu vou verificar isso, daí sim hein, depois você me fala que que tem que passar pro advogado ou ele entra, não sei, né? Não sei como é que os trâmites, né, mais ou menos, como eu vi você falou aquela vez lá com a Poliana?
Como eu sou burra, né? Cê falou que eu era burra. Então eu vou tentar ver se eu, se eu me esperto pra vida desse negócio, como que faz agora com o novo advogado pra ele tomar o rumo nesse negócio com o Flávio? Eu acho estranho você desde o início você batia que você não queria bater de frente com o Flávio, Talvez você não sei! Passou na minha cabeça que você até tem informações de alguma coisa, que ele tá coligado com alguma coisa que que é uma ação já ganha pro lado dele. Não sei, né? Mas eu ajoelho, entrego pra Deus, tá bom, mas eu desculpa te falar isso daí, se foi um desabafo, mas eu eu fiquei bem decepcionada porque eu achei que que você ia reconhecer o que aconteceu.
A função que você foi colocada [o] naquele gabinete, a ascensão que eu acabei te dando que você acabou entrando em alguns lugares tudo, e você não reconhecer isso, mas tranquilo. Aí você vê o da Lilian, né? Se o da Lilian tá aí de 28 também. Se você não não quiser tocar, você só me avisa com antecedência, tá bom. Obrigado