Para Promotoria, áudio de Cris Lauer é confissão de ato de improbidade
Mensagem de voz publicada pelo Maringá News dia 9 é juntado ao processo contra a vereadora Cris Lauer (Partido Novo)
A Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público juntou ao processo de improbidade administrativa a transcrição do áudio em que a vereadora Cristianne Costa Lauer (Partido Novo) admite ter contratado como chefe de gabinete um advogado para defender seus interesses particulares. O áudio foi publicado aqui, em primeira mão, e citado no documento da 20ª Promotoria de Justiça.
Na terça-feira, 17 o promotor Leonardo Vilhena solicitou ao juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública, onde tramita a ação ajuizada pelo MPPR por improbidade administrativo, a juntada de petição de comprovante e/ou documento da parte. “Chegou ao conhecimento deste órgão ministerial, após veiculação em blog local1, de áudio (ou conjunto de áudios), de 4min31s, atribuído à vereadora Cris Laur e direcionado ao advogado d. Bruno Gimenes Di Lascio. Por seu conteúdo ter íntima relação com os presentes autos, requer-se a juntado do arquivo de áudio, como documento novo, com fundamento nos arts. 435 e 493 do CPC”. Foi reproduzida a transcrição, com partes grifadas pelo promotor.
Nas mensagens de áudio fica claro que houve um acordo entre ré e advogado para que ele atuasse nos processos ajuizados contra ela, em troca da ocupação do cargo de chefe de gabinete parlamentar e, em especial, da sua respectiva remuneração, sem que precisasse desempenhar as atribuições do cargo público, concorda o MPPR. “Portanto, tais palavras da vereadora representam, sem dúvida, confissão do ato de improbidade administrativa narrado contra ela na petição inicial. Ademais, vão ao encontro das demais provas e circunstâncias descritas nas alegações finais. Por exemplo, “o da Lilian” citado é o processo de autos n.º 0003919-87.2021.8.16.0018, no qual houve pedido de cancelamento de audiência e renúncia de mandato em novembro de 2021. Ao que tudo indica, então, o áudio é de novembro de 2021, pouco antes da notificação extrajudicial de renúncia de mandato que apontou três processos ativos (0003919 87.2021.8.16.0018, 0014552-94.2020.8.16.0018, 0014551-12.2020.8.16.0018), dentre eles um da autora Lilian.
“Por outro lado, o áudio acrescenta uma nova questão, que merece ser alvo de apuração pelo Ministério Público, em investigação apartada. Até este momento, acreditava-se que, além do ofício de advogado, pelo qual a ré deixou de gastar (de modo que se enriqueceu ilicitamente), o Dr. Bruno também trabalhava como chefe de gabinete, com horário das 8 às 14 horas, e, portanto, conseguia comungar o trabalho advocatício com o parlamentar. Todavia, as mensagens dão conta de que ele realmente frequentava o gabinete parlamentar, conforme seu horário e as folhas ponto, mas nada fazia em termos de atividade de chefe de gabinete”, diz trecho do documento da Promotoria. Confira o requerimento na íntegra aqui.