Tensão em Paranavaí
Mandado de prisão contra o cantor sertanejo Gusttavo Lima vai ter desdobramentos em Paranavaí, onde ele é dono do time de futebol
A notícia de que a compra do Atlético Clube Paranavaí pelo cantor Gusttavo Lima, que teve a prisão decretada, pode ter a ver com o esquema de suspeita de lavagem de dinheiro de apostas ilegais, abalou a cidade. Em junho o cantor esteve em Paranavaí assistindo o Vermelhinho do Fim da Linha contra o Grêmio de Esportes Maringá (foto), conforme reportagem da Rede Massa, após ele ter adquirido a maior de parte do clube, hoje uma SAF.
Em Paranavaí são fortes os rumores de que gente da própria cidade estaria na mira da polícia. O cantor Gusttavo Lima, que está com mandado de prisão preventiva por conta da Operação Integration, ficou de investir R$ 10 milhões por ano no time. Ele, descobriu-se agora, é sócio da empresa investigada (Vai de Bet), e não apenas um garoto-propaganda.
Segundo o site RN24h, o Paranavaí, campeão paranaense em 2007, chegou à semifinal da Segundona, mas foi eliminado pelo Rio Branco. O cantor sertanejo detém 60% do Paranavaí. O clube manteve 1% da propriedade. O restante é da Full Sports, empresa que opera com gestão de carreira de atletas e treinadores e pertence ao empresário local Fábio Lino de Almeida. Ele é dono da Onil, que também patrocina o Maringá Futebol Clube, também SAF; recentemente o grupo foi alvo de operação policial. A prioridade do investimento de Gusttavo Lima era em infraestrutura, com construção de um centro de treinamento e reforma de alojamentos. O valor da aquisição foi de R$ 3 milhões, sendo R$ 2 milhões usados para quitar dívidas, a maioria delas trabalhistas.
O pedido de prisão preventiva de Gusttavo Lima, declaradamente bolsonarista, foi feito no âmbito da operação comandada pela Polícia Civil de Pernambuco. Na mesma investigação, foram presos a influenciadora digital Deolane Bezerra e o dono da casa de apostas Esportes da Sorte, Darwin Filho.
A operação não teve as casas de apostas como alvo, mas a lavagem de dinheiro de jogos ilegais. Um relatório da Polícia Civil mostrou, por exemplo, a suspeita de que a organização criminosa lavava dinheiro do jogo do bicho por meio da Esportes da Sorte.
Foto: Reprodução/Rede Massa