O nós e os nós na política

Esperamos que o eleitor maringaense saiba desatar todos esses nós

Acompanho a política de Maringá mais de perto há 28 anos, participando, mas a rigor desde 1988, ano da eleição de um jovem político, então com 29 anos, a prefeito de Maringá, percebo que o nós, da primeira pessoa do plural, indicando eu e mais outra ou outras pessoas, não é bem usado por uma certa família de políticos, nem mesmo dentro dela, onde  prevalece eu do cabeça, do que se chamada os Barros. 

Sua atuação política forma nó, no plural, no sentido do  substantivo masculino que significa enlaçamento de fios, de linhas, de cordas, de cordões, fazendo com que suas extremidades passem uma pela outra, amarrando-as.

Ricardo Barros é capaz de dar ‘nó em pingo d’água’, expressão que se refere a fazer o máximo, beirar as raias do impossível para conseguir alguma coisa ou sair de uma situação embaraçosa com maestria, se virar, ter habilidade e criatividade para resolver as questões mais difíceis. Isso é um elogio. Assim foi em todos os governos, quando esteve como líder , vice, ministro, desde 2006, de um jeito ou de outro, e no Bolsonaro teve uma projeção tão grande, que parecia ter o presidente nas mãos e continuou tendo, tanto que conseguiu  tomar o PL, em Maringá. 

Não esqueço que em 2008, após ter conseguido a reeleição para o irmão Silvio Barros II, numa disputa do Enio Verri, ouvi de  uma pessoa  bem informada: a próxima é do Enio, Ricardo já disse. E só não fo, porque esqueceram de combinar com a então presidente Dilma (ele queria um ministério). Fez a sua parte, tornou Pupin inelegível, mas depois, como não teria o ministério, resgatou o mandato, com uma verdadeira proeza jurídica no TSE. 

Há quem desconfie que teria acontecido o mesmo em 2020, colocando uma candidata para não ganhar, mas com o combinado que 2024 teria a prefeitura de volta. Precisa ganhar de qualquer forma, principalmente diante do fiasco que se avizinha com a filha, candidata em Curitiba. 

Uma derrota aqui, somada a acachapante, que deve acontecer lá, seria muito ruim ‘pra nós’, teria dito ele. Brincadeira, com Barros não tem nós, é só eu. Eu fiz, eu vou fazer, no máximo a gente fala a gente faz. São nós da política e na política.

Ontem conversei com uma pessoa que confia muito em mim e garante que Ulisses preza pelo nós (primeira pessoa do plural). Que o jogo é pra valer, pra vencer, que a equipe está mobilizada. Que a possibilidade de vitória é real, tanto que o Mobiliza foi mobilizado (por quem? por quem?). Esperamos que o eleitor maringaense saiba desatar todos esses nós, que, para o bem de todos nós, Maringá seja de todos (sendo repetitivo, nós). Que nenhum ‘nó cego’, nos amarre.