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Carta de repúdio

Servidor municipal cobra que até este momento não ouviu nas falas dos candidatos atuais e antigos algo sobre a situação dos trabalhadores celetistas

Servidor celetista do município desde 2013, Luiz Carlos de Oliveira fez uma carta de repúdio endereçada à Prefeitura de Maringá sobre o que classifica de situação humilhante e desvalorizadora imposta à categoria. Confira o teor na íntegra:

“À Prefeitura de Maringá,

Venho, através desta, expressar meu total descontentamento e repúdio à situação humilhante e desvalorizadora imposta aos trabalhadores celetistas do quadro municipal. Sim, somos trabalhadores. Contribuímos diariamente, dedicamos nosso tempo e nossas habilidades, mas o que recebemos em troca? Uma barreira invisível, um teto de vidro que nos impede de crescer, de alcançar cargos de gestão e de participar ativamente da melhoria dos processos. E tudo isso, por quê? Apenas por sermos celetistas.

É curioso, para não dizer irônico, que enquanto nossos colegas estatutários podem almejar o crescimento profissional, nós celetistas, que estamos lado a lado no dia a dia, somos relegados a um segundo plano, como se fôssemos trabalhadores de segunda classe. Será que o fato de estarmos sob o regime da CLT nos torna menos capazes, menos qualificados, menos importantes?

A desvalorização é gritante. Mas, aparentemente, essa realidade é ignorada, convenientemente varrida para debaixo do tapete. Não ouvi, até agora, nenhuma iniciativa séria para mudar essa situação. Nenhuma ação concreta, nenhum plano de valorização real. Será que sou apenas eu que sinto isso, ou outros também estão percebendo o absurdo dessa segregação velada?

A situação é tão evidente que chega a ser risível. Somos todos servidores do município, mas quando se trata de reconhecimento e oportunidades, há um abismo entre celetistas e estatutários. A gestão fecha os olhos para essa discrepância, como se ignorá-la fosse o suficiente para apagá-la. Infelizmente, não é. Continuamos aqui, invisíveis, mas indispensáveis.

Será que a Prefeitura de Maringá considera aceitável manter um sistema onde parte de seus trabalhadores é menosprezada por uma questão burocrática? Ou será que é mais fácil continuar com esse modelo ultrapassado, sem se preocupar com o impacto sobre os profissionais e a eficiência do serviço público?

É um absurdo, para dizer o mínimo, e deixo aqui registrada minha insatisfação. Não pedimos privilégios, pedimos igualdade. Queremos o direito de crescer, de contribuir, de sermos valorizados pelo nosso trabalho e não apenas pelo regime contratual que nos rege.

Aos responsáveis, fica a pergunta: até quando essa desvalorização dos celetistas continuará sendo a política de Maringá?

Atenciosamente,  
LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
Funcionário celetista do município de Maringá desde 2013

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