Albergue: audiência e ação civil pública
Irregularidades cometidas há mais de 10 anos, quando a entidade deixou de gerida pelas irmãs Filhas da Caridade, causaram prejuízo milionário; ex-presidente, acusado do desvio, faleceu em junho
Foi marcada para o dia 27 a próxima audiência criminal que julgará irregularidades cometidas pela antiga direção do Albergue Santa Luíza de Marillac. Na área cível, o Ministério Público Estadual também ingressou com ação de indenização, que pede a devolução de um valor superior a R$ 3 milhões.
Denúncias vinham sendo investigadas pelo MP desde 2014 e constaram que o então presidente da entidade, Osvaldo Zanollo, que faleceu em junho passado, teria desviado recursos doados ao albergue, uma das instituições de caridade mais sérias e antigas de Maringá e que foi fundada pelo então bispo dom Jaime Luiz Coelho. Ao constatar as irregularidades, o MP comunicou a Igreja Católica, que retomou a direção do albergue.
A entidade foi dirigida de 1959 até 2012 pelas irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Em sua passagem como presidente, Osvaldo Zanollo, que já havia sido cargo comissionado na gestão do ex-prefeito Jairo Gianoto, superfaturado reformas e dado destinação imprópria de doações (materiais e em dinheiro) feitas por voluntários. Em 2014, quando o escândalo começou a ser descoberto, uma missa foi celebrada pelo então arcebispo dom Anuar Battisti para marcar a retomada da instituição pela Igreja Católica, que permanece até hoje na administração, atendendo pessoas de rua, andarilhos, itinerantes e em estado de vulnerabilidade social.
Em novembro houve audiência que ouviu testemunhas, e no dia 27 serão tomadas as oitivas de membros do espólio. A ação civil pública movida pelo Ministério Público quer a devolução de R$ 3,2 milhões que teriam sido desviados.
Foto: Google Street View