Primeira sessão ordinária da Câmara de Maringá mostra que aumentar o número de vereadores não valeu bulhufas; faltou coragem
Ontem, na primeira sessão ordinária da Câmara de Maringá, algo extraordinário aconteceu, ou melhor, não aconteceu. Os novos vereadores, aqueles eleitos para representar a população e garantir que os interesses da cidade fossem ouvidos, decidiram, por razões desconhecidas (ou será que sabemos?), que a melhor atitude seria… não fazer nada.
Surpreendentemente, nem um único vereador teve coragem de subir à tribuna para se manifestar. Sim, vocês leram certo! O microfone ficou mudo, o que não é nada incomum para quem já está acostumado com o espetáculo de omissões que temos visto nos últimos anos. O povo, que com tanto entusiasmo depositou suas esperanças nas urnas, ficou esperando – talvez até ansiosamente – alguma atitude ousada, alguma palavra de incentivo, de cobrança, algo que mostrasse que esses novos parlamentares realmente estavam ali para fazer a diferença.
Mas não, nada disso aconteceu. A sessão foi tão animada quanto um enterro em câmera lenta. Nem mesmo os que têm a obrigação de representar seus eleitores conseguiram cumprir nem mesmo os 5 minutos de discurso que, por sinal, nem são tão difíceis de serem feitos. Parece que a agenda de compromissos estava lotada, ou quem sabe, eles estavam apenas tentando entender onde estavam.
E, como se isso não fosse suficientemente absurdo, ainda tivemos o “detalhe” do nosso prefeito já embarcando para a Europa com menos de 60 dias de mandato. Não sou bom de memória, mas, olha, esse recorde tem tudo para ser insuperável. Se alguém souber de outro caso de um prefeito tão “descompromissado” com o trabalho, por favor, nos avise! Quem sabe ele não consiga uma vaguinha no Guinness Book.
Em resumo, a primeira sessão da Câmara de Maringá parece ter cumprido bem o seu papel: nos lembrar, mais uma vez, de que a omissão é o caminho mais seguro para quem prefere manter a comodidade do que correr o risco de fazer alguma coisa realmente relevante. E cá entre nós, está bem claro que não se trata de falta de oportunidade, mas de falta de coragem.
Parece que, por enquanto, a Câmara continuará a ser um lugar de “não ação”, e o prefeito, bem, ele sabe que o sol brilha mais forte em outros lugares… quem precisa de trabalho quando o turismo europeu chama, não é mesmo?
PS do editor – Ricardo Barros, no longínquo 1989, viajou aos Estados Unidos no primeiro mês como prefeito, para fechar negócio de uma fábrica de aviões