Com emendas o Brasil não se emenda


É preciso parar por um ano, pelo menos, de se começar obras de utilidade duvidosa, como as do eixo monumental, contorno sul metropolitano, só para citar duas que estão escancaradas
Lendo matéria do Estadão, com o título ‘ PF diz que deputados cobravam 25% de propina sobre emendas no Maranhão’, a ideia de título para a postagem foi: ‘Um escândalo sem precedentes’, porque até hoje não se tinha notícias de que deputados e senadores solicitassem comissões (em português), propina em espanhol, pelos ‘serviços prestados’, quando conseguem recursos via emendas, indicações e outras formas, para aplicações sobretudo em municípios.
Nunca se soube que algum deputado, por exemplo, tivesse pedido uma ‘ajuda para campanhas’, de empreiteiras, encarregando os prefeitos de consegui-la. Claro que isso é uma ironia, e eu soube que assessores de deputados se reúnem com empresários e já estabelecem valores e montantes de emendas que terão direito, caso ‘colaborem’. E não estou falando do Maranhão, falo de uma cidade da região noroeste do Paraná.
Voltando à matéria do Estadão, um relatório sigiloso da Polícia Federal detalha como funcionava uma suposta operação de venda de emendas parlamentares por parte de três deputados federais do PL: Josimar Maranhãozinho (MA), Pastor Gil (MA) e Bosco Costa (SE). Os recursos eram destinados à área da saúde no município de São José de Ribamar (MA), na região metropolitana da capital maranhense, São Luís. Segundo a PF, a quadrilha da qual os deputados faziam parte cobrava a devolução de um quarto (25%) dos recursos.
E concluo com a opinião de que enquanto não se acabar com a farra das emendas, o Brasil não se emenda. É preciso parar por um ano, pelo menos, de se começar obras de utilidade duvidosa, como as do eixo monumental, contorno sul metropolitano, só para citar duas que estão escancaradas. Parar se se falar em trem pé vermelho, construção de creches , UPAs, e e tudo o que, na realidade, só tem como interesse os 10,20, 25% de alguns. E justiça seja feita, não é só para deputados e senadores. Há prefeitos, secretários e peixes menores, que se beneficiam de emendas e obras feitas com recursos próprios.
Cambada de ladrões, diriam os bolsonaristas, conservadores, ‘servos de deus’, defensores da moralidade. Vocês vão arder nos mármores do inferno, completaria esses ‘santos do pau oco’.
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