Cadum, cadum

Hossokawa chegou domingo à Câmara derrotado e saiu vitorioso em relação à primeira secretaria, mas não manda no jogo, como querem fazer crer

Ao fazer coro com Cris Lauer (Novo), Madame Savage em seu comentário sobre a eleição da presidência da Câmara Municipal de Maringá esqueceu-se das conversas do sábado, que antecederam o pleito.

Especialmente o fato de Odair Fogueteiro ter chegado a abrir mão da primeira secretaria, depois de escolhido por Silvio Barros II, para o próprio Mario Hossokawa. Isso, ao que consta, ele teria falado antes de ter entrado na reunião sem o devido convite. Mario chegou ao prédio da Câmara perto das 9h, derrotado para a primeira secretaria; saiu vitorioso por conta de uma maioria em seu favor, uma maioria que simplesmente foi ignorada pelo prefeito, que mesmo contra suas próprias convicções já tinha concordado em atender a primeira-dama e indicar a vereadora Majô para o maior cargo do poder Legislativo. O primeiro secretário manda sim, mas até onde alcançam suas prerrogativas regimentais.

Mas em algo concordamos, fora o esquecimento de tudo o que aconteceu sábado, no prédio do Executivo (que, vejam só, por ter maioria ampla escolheu quem vai fiscalizá-lo): se teve quem perdeu, politicamente, foi o prefeito da cidade. Mas, cá entre nós, se mesmo ambos poderes respeitassem a Constituição que determina independência de atos e harmonia de relacionamento, o resultado não seria lá muito diferente. Um poder deve, por natureza de existência, respeitar o outro; sem respeito, não há tatu que aguente.

Foto: Rafael Silva