Julgamento adiado

Recurso criminal eleitoral envolve suposto desvio de meio milhão de reais do PSC de Maringá, que foi incorporado pelo Podemos

Foi adiado para o dia 19 julgamento de recurso eleitoral contra cinco maringaenses, entre eles o ex-deputado federal Edmar Arruda e o atual vice-presidente da Câmara de Maringá, Sidnei Telles (Pode). O julgamento já havia sido reprogramado para ontem, era o segundo item da pauta. A relatora, desembargadora federal Claudia Cristina Cristofani, adiou prazo para análise diante das questões colocadas da tribuna pela defesa do ex-deputado, que ocupou o cargo de 2011 a 2019.

O recurso é contra condenação por estelionato e falsidade ideológica/eleitoral na prestação de contas. O Ministério Público também recorre, para aumentar as penas. O procurador regional eleitoral Marcelo Godoy reforçou que houve desvio de fundo eleitoral no valor de R$ 500 mil; os recursos eram destinados a uma empresa de comunicação para pagamento de serviços, mas acabavam sendo enviados para as contas de dirigentes e familiares do PSC de Maringá; em 2023 o PSC foi incorporado pelo Podemos. Arruda à época presidia o partido, e Telles era o vice-presidente, e admitiu em depoimento que em sua corrente pessoa jurídica foram depositadas verbas do partido, utilizadas para pagamento de dívidas particulares.

O MP apontou que o contrato foi de fachada para desvio de recursos destinados ao partido. Houve “cegueira deliberada”, comentou o procurador. O advogado do ex-deputado, Roberto Brezinski, defendeu a unificação dos crimes, disse que a prova é incontroversa em relação à destinação do dinheiro, mas entende que o TRE-PR é incompetente para julgar caso e pediu que o processo passe a tramitar em outra instância (STF) e, não sendo possível, que se leve em conta a confissão espontânea de Arruda.